Atravessando a
avenida Paulista, na enorme cidade de São Paulo, a jovem caminha pela multidão.
Ela almoça olhando no relógio, o tempo de seu cotidiano é contado, mas o que
ela enxerga é outro tempo, o da infância vivida na pequena São José da Coroa
Grande, no litoral sul de Pernambuco. Tempo de dona Miúda, descendente de
escravos e analfabeta, que lia o futuro na fumaça de seu fogão. Tempo de Duca,
cuja vida era trazer do mar o peixe que lhe garantia o sustento. Tempo da
Maionese, a bicicleta que a levava pelas ruas de terra e sempre de volta para a
casa de tijolos, o refúgio contras as histórias que se contavam por lá.
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