Sua última reunião de poemas inéditos
foi lançada como parte da antologia Como É Que Chama O Nome Disso, de 2006, mas
não havia saído como volume autônomo. Essa seção, intitulada Nada de DNA, foi
incorporada agora como um apêndice deste novo volume. Para além do diálogo
formal entre os títulos, N. D. A. parece compor com Nada de DNA um volume
poético bem coeso, dentro de sua variedade de formas.A relevância dos aspectos
rítmicos, a busca por síntese e precisão, a fragmentação de vocábulos que
sugerem múltiplas leituras no mesmo espaço sintático e o uso de elementos
gráfico-visuais, são alguns traços dessa poesia, que ainda dialoga com a
tradição de canção popular, exercida por Arnaldo em seu trabalho como cantor e
compositor.Em N. D. A., Arnaldo parece tensionar os limites das duas principais
direções de seu trabalho poético — nos verbais, experimenta formatos mais
longos, de até três ou quatro páginas. Nos visuais, além dos já explorados
recursos de variação de tipos, disposição das letras na página, mescla de
palavras e imagens; apresenta agora também alguns poema-objetos, expostos em
2008, em mostra individual na galeria Laura Marsiaj (Rio de Janeiro) e, em
2009, na mostra Ler Vendo, Movendo, realizada no Paço da Liberdade (SESC PR),
fotografados por Fernando Laszlo. Tudo isso equilibrado pelo projeto gráfico,
assinado pelo próprio autor.N. D. A. traz ainda uma parte de Cartões Postais —
reunião de fotos de placas e escritos urbanos que, deslocados de seu contexto
original, adquirem poeticidade, gerando novos significados. A sequência das
fotos acaba por sugerir uma narrativa oculta, que associa locais diferentes por
elos de sentidos imprevistos.
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