sexta-feira, 7 de agosto de 2015



Memórias do Cárcere - Graciliano Ramos - Preso por perseguição política em 1936 e confinado na Ilha Grande, em meio a criminosos, o autor faz de sua experiência um libelo contra as condições sub-humanas dos presídios, revelando através de retratos humanos os dramas de homens sem perspectivas.

 A Duração do Dia - Adélia Prado -  Depois de 10 anos sem publicar um livro de poesia, Adélia Prado retorna ao gênero que a consagrou e confirma por que é uma das maiores poetisas do país. Seu olhar único sobre as coisas aparentemente desimportantes do cotidiano revela a perplexidade e o encantamento da vida.

A Revolução dos Bichos - George Orwell - Verdadeiro clássico moderno, concebido por um dos mais influentes escritores do século 20, "A Revolução dos Bichos" é uma fábula sobre o poder. Narra a insurreição dos animais de uma granja contra seus donos. Progressivamente, porém, a revolução degenera numa tirania ainda mais opressiva que a dos humanos
Escrita em plena Segunda Guerra Mundial e publicada em 1945 depois de ter sido rejeitada por várias editoras, essa pequena narrativa causou desconforto ao satirizar ferozmente a ditadura stalinista numa época em que os soviéticos ainda eram aliados do Ocidente na luta contra o eixo nazifascista. De fato, são claras as referências: o despótico Napoleão seria Stálin, o banido Bola-de-Neve seria Trotsky, e os eventos políticos - expurgos, instituição de um estado policial, deturpação tendenciosa da História - mimetizam os que estavam em curso na União Soviética. Com o acirramento da Guerra Fria, as mesmas razões que causaram constrangimento na época de sua publicação levaram A Revolução Dos Bichos a ser amplamente usada pelo Ocidente nas décadas seguintes como arma ideológica contra o comunismo. O próprio Orwell, adepto do socialismo e inimigo de qualquer forma de manipulação política, sentiu-se incomodado com a utilização de sua fábula como panfleto.

A Vendedora de Fósforos - Adriana Lunardi - Uma mulher aproveita a folga de fevereiro para pôr em ordem a sua estante de livros. No meio da arrumação, é surpreendida por um telefonema: a irmã mais nova, que mora em outra cidade, foi internada após mais uma tentativa de suicídio. Depois de anos de separação, a mais velha é obrigada a rever o passado, essa caixa-preta de fraturas, angústias, segredos, recalques e escombros que, durante muito tempo, esquivou-se de inventariar.O romance A vendedora de fósforos é um mosaico perturbador da relação entre duas irmãs.Sob um eixo narrativo, a mais velha – que não é identificada por um nome próprio – descreve sua viagem rumo ao encontro daquela que foi hospitalizada. Uma segunda narrativa, à guisa de “memórias”, ilumina os episódios vividos entre elas até a chegada da vida adulta. Neste passado, o microcosmo é uma família de classe média com hábitos peculiares. O pai, um contador inábil, estabelece uma rotina nômade para todos, fugindo de dívidas e de seu próprio passado. De tão frequentes, as mudanças de cidade inviabilizam a criação de laços que extrapolem o círculo familiar. A mãe resigna-se numa espécie muito particular de submissão, engalanada com tailleurs e sapatos de salto improváveis para o cotidiano de uma dona de casa. E o irmão mais velho intriga fonoaudiólogos com um problema incomum: é incapaz de referir-se a si próprio em primeira pessoa. Imersas nesse sistema disfuncional, as irmãs estabelecem uma complexa relação que culmina no torturante jogo de espelhos. Alteridade e amálgama, sobreposição e jogos de sombra, comunhão e disputa. Tudo isso se mescla na torrente de fantasmas que é a vida compartilhada, base para que a autora construa uma narrativa engenhosa, rumo a um final surpreendente. A vendedora de fósforos tomou o seu título do conto “Den lille pige med svovlstikkerne” (“A pequena vendedora de fósforos”), de Hans Christian Andersen. “Dá para mudar a história dos livros?”, indaga uma das irmãs. “Aquela é a história do Andersen. A minha eu conto assim”, ouve como resposta. É a linguagem, afinal, que funde as duas irmãs-protagonistas deste romance. Ambas aspirantes a escritoras, constroem sua relação em jorros vocabulares e silêncios profundos; embaralham-se e azucrinam-se porque estão, como grande parte dos personagens de Adriana Lunardi, ousando experimentar as artimanhas da palavra.
Em seu segundo romance, Adriana Lunardi retoma os temas que marcam sua elogiada trajetória na literatura contemporânea, entre os quais o hálito da morte – sua presença nas entrelinhas –, como elemento que redimensiona a trama. A autora também volta a explorar as muitas faces da atitude narrativa, com o que ela tem de pecado e redenção, para interligar cacos de uma história contada de forma não linear, embaralhada e densa como é, sempre, a composição do passado.

Casa Aberta -  Fernando Brandt - Publicadas semanalmente ao longo dos últimos cinco anos, as crônicas deste livro traçam um amplo panorama da vida brasileira das últimas décadas, numa linguagem suave, humana e profundamente comprometida com vivências e amizades. Partindo do próprio ambiente familiar, rememorando o passado e projetando o futuro, é toda uma visão de mundo extremamente consistente que nos é oferecida, desde o momento em que o autor descobre sua vocação – quase por acaso – até as longas viagens pela memória, pelo Brasil e pelo mundo. Acima de tudo, este livro é uma longa travessia através da vida e do tempo, do espaço e dos acontecimentos que marcaram o Brasil na segunda metade do século XX e na primeira década deste século XXI.

Contos de Mistério e Assombros - Nelson Albissú -  Não é fácil encontrar um bom contador de histórias como havia antigamente, quando as pessoas se sentavam para ouvi-las e contá-las. Mesmo assim, garimpando aqui e ali, acabamos encontrando verdadeiros artistas dessa arte da oralidade, capazes de uma fluência tão fantástica que nos é impossível reproduzir na escrita o mesmo encanto despido das representações de seus contadores. Por isso, só mesmo com a pretensão de que essas joias do imaginário popular não desapareçam com o fim dos contadores, é que eu me encorajei a escrevê-las. Que esta minha escrita de histórias, contadas de uma geração a outra, chegue aonde a minha boca não alcança e se transforme no elo entre os que me contaram com aqueles que as lerão!

Crônicas para Ler na Escola - Marcelo Rubens Paiva -  Marcelo Rubens Paiva é um cronista provocador. Sempre atento aos dramas e comportamentos do homem contemporâneo, o escritor cria tramas inusitadas e sem meias palavras, que provoca em igual medida o riso e a reflexão. Em Crônicas para ler na escola, o autor de Feliz Ano Velho volta a seduzir o jovem leitor com a escrita irreverente que o consagrou. Em cenas breves, surgem tipos inesquecíveis - a culpada, o solitário, o-do-contra, o chato, o individualista - logo identificados como amigos, familiares ou vizinhos, tão comuns quanto próximos a qualquer pessoa.
Pautadas com humor, erotismo e crítica, as crônicas revelam Rubens Paiva como um habilidoso observador da alma humana. Com uma visão lúcida e irônica, o escritor compartilha vivências pessoais e reflexões sobre temas diversos, transitando entre a ficção e a realidade com desenvoltura. Educado entre quatro irmãs, desenvolveu aguçada aptidão para falar do universo feminino. A condição de escritor é também tema recorrente em suas crônicas. Ao "ficcionar" suas memórias, elabora enredos em que autor e personagens convivem no mesmo tempo e espaço. O fato é que Marcelo não se esconde e se entrega de forma inteira ao leitor. Defende um país mais democrático e tolerante, uma juventude engajada e inteligente, e se coloca contrário à desonestidade, injustiça e ao oportunismo. Sem recorrer a verdades absolutas, aborda valores que moldaram seu caráter e a importância da coerência entre o que se acredita, fala e propaga. Mas sabendo, que poder mudar de opinião é, antes de tudo, uma sabedoria.

Contos e Crônicas para Ler na Escola -  Moacyr Scliar - A força e a delicadeza dos textos selecionados para esta antologia aproximam os leitores de um dos maiores “narradores urbanos” da ficção brasileira.   O estilo leve e bem-humorado é uma das marcas do talento de Moacyr Scliar, um dos nomes mais relevantes da literatura brasileira contemporânea, morto no início de 2011. Sua narrativa destaca episódios curiosos, atuais ou longínquos, da literatura e da história mundiais, além das constantes referências à sua própria herança cultural judaica, com especial atenção ao papel das mulheres e da família. Fatos do dia a dia, eventos históricos e lembranças familiares ganham contornos e ângulos inusitados na obra de Scliar. O escritor portoalegrense é um observador perspicaz do mundo à sua volta, e surpreende nos pequenos detalhes, que condensam a diversidade e a riqueza do ser humano com naturalidade.

  Contos Novos  - Mário de Andrade - O livro é uma síntese dos principais traços do estilo do autor: oralidade, linguagem simples e livre, referências pessoais mais ou menos explícitas, temática do trabalho e da solidão.  As narrativas de Contos novos podem ser divididas em dois grandes grupos, de acordo com o foco narrativo. Assim, temos quatro contos narrados em primeira pessoa (“Vestida de preto”, “O peru de natal”, “Frederico Paciência” e “Tempo da camisolinha”) e cinco em terceira (“O ladrão”, “Primeiro de maio”, “Atrás da Catedral de Ruão”, “O poço” e “Nelson”).  O traço comum aos contos narrados em primeira pessoa é a presença de um mesmo narrador, Juca. Sua personalidade é formada a partir de experiências marcantes de rejeição e luta contra a repressão. Das primeiras, destaca-se a relação adolescente com a prima Maria de “Vestida de preto”. Das segundas, mais marcantes, os exemplos se sucedem. Entre as imagens da repressão, ganha destaque a figura paterna, que aparece em “Tempo da camisolinha” obrigando o narrador a podar as madeixas – alegoria simples da castração.  Em “Peru de natal”, o pai, já morto, ainda representa a instância capaz de anular a celebração e a liberdade. A fama de louco que Juca adquire com o tempo é uma reação ao rigor familiar e superá-lo representa a deglutição paterna de que trata Freud.   A oposição entre prazer e repressão, no entanto, nem sempre tem final feliz: a relação com Frederico Paciência termina sem conclusão e sem nome porque as barreiras sociais e psicológicas são fortes demais para Juca. Mas o desejo de libertação pode também ter fornecido as bases para a estética não convencional que o narrador manifesta nos contos em sua linguagem marcada pela oralidade.   Nos contos narrados em terceira pessoa, duas imagens sobressaem: de um lado, a solidão; de outro, a solidariedade. Solitário é Nelson, do conto homônimo, cuja identidade se limita ao título, já que no corpo da narrativa ele não tem nome e nem sequer uma história precisa. Sua condição se acentua no interesse sádico e desrespeitoso demonstrado pelos rapazes que comentam sua vida, tão passageiro quanto a comunhão provocada pela correria de “O ladrão”, depois da qual cada morador retorna ao seu insulamento, reforçando a solidão. Note-se, aliás, que neste último conto o ladrão que lhe dá título não é sequer visto – marca de uma marginalização contundente. Solitária é ainda a Mademoiselle de “Atrás da Catedral de Ruão”, envolvida em suas fantasias sexuais e seus desejos contidos. Por outro lado, a solidariedade se manifesta no universo do trabalho na união dos empregados de “O poço”, que enfrentam o fazendeiro – imagem acabada do autoritarismo paternalista e do desprezo elitista pela vida humana. E também na trajetória de 35, o protagonista de “Primeiro de maio” que faz da celebração da data uma forma de oposição ao oficialismo – demarcado no conto pela presença de policiais pelas ruas de São Paulo, representativa da opressão da ditadura Vargas. O 35 busca escapar, assim, de um trabalho alienante para o qual a única saída parece ser a solidariedade, evidente em seu gesto final de auxílio ao colega idoso.

Esse Nosso Português - João Ubaldo Ribeiro  ( Crônicas sobre a Língua , Linguagem e Literatura )  - Esta antologia traz uma seleção de crônicas do célebre escritor; nascido em Itaparica (BA), João Ubaldo Ribeiro. Publicadas em jornais, elas têm a versatilidade característica do gênero, mas não abrem mão, sob nenhuma hipótese, do tempero baiano de Ubaldo, recheadas de graça e humor e salpicadas de ironia fina. Certamente, um deleite.

Contos de Amor - Rubem Fonseca - "O primeiro encontro entre um homem e uma mulher pode ocorrer de mil maneiras, mas creio que o nosso foi diferente. Eu estava andando na rua quando algo caiu sobre minha cabeça. Por alguns segundos perdi os sentidos. Quando recuperei a consciência, estava deitado na calçada, ao meu lado um vaso de flores partido e terra espalhada pelo chão. Passando a mão na cabeça percebi que sangrava. Nesse momento, Lavínia surgiu pedindo desculpas, dizendo que o vaso havia caído da janela dela, no quarto andar, que me levaria para o hospital. Eu respondi que estava me sentindo bem, que ia sozinho, ela insistiu, discutimos, acabamos indo juntos. Levei oito pontos no couro cabeludo. Não creio que muitos namoros tenham começado dessa maneira."

Uma Coisa de Cada Vez -André Resende -  O tempo passa, sem nunca passar dentro de nós, e a história é deixada para trás, presa ao presente e às esperanças futuras. Vive-se um sem fim irrealizável, um novo dia, enquanto os fragmentos simulam uma idéia da vida verdadeira. André Resende compõe com Uma coisa de cada vez uma rede de histórias, personagens e um suposto autor que transitam do sonho ao riso, da angústia ao improvável. As personagens se comunicam pelas rotinas, acontecimentos, parentesco e amizade. Seguem uma orientação, a mensagem que indicaria a fórmula ideal para agir, pensar e realizar-se, não muito longe: exatamente onde estão. Do sonho ao riso, da angústia ao improvável. Cada personagem aplica a orientação uma coisa de cada vez, à qual aderiu em ocasiões e situações diversas, como sentido renovador que aponta a fragilidade da vida. Promessas nascem como bolas de sabão e flutuam vazias, sem compromisso de chegar a lugar nenhum, apenas se equilibram no ar por um tempo e desaparecem diante dos olhos. Esse movimento – equilíbrio, sonho, promessa, angústia - é frágil e não se suporta com aquilo que é. A fragilidade no centro das rotinas cotidianas que sustentam a vida - não apenas em relação à morte, mas em busca de um sentido à existência – aparece ao lado da incomunicabilidade e da dificuldade de chegarmos facilmente ao outro. E um registro, movido pela orientação de que, uma coisa de cada vez, assim como se diz do futuro: o passado é imprevisível. Contadas em voz baixa, sem prometer surpresas e desafios, a não ser o próprio contexto das personagens, as histórias de Uma coisa de cada vez pedem leitura atenta, sentida.

 O Último Voo do Flamingo - Mia Couto - Mia é Couto um dos escritores africanos de maior destaque da atualidade. O último voo do flamingo, publicado originalmente em 2000, é seu quarto romance, e foi lançado quando Moçambique comemorava 25 anos de independência de Portugal.  Depois de um longo tempo de guerra civil, soldados das Nações Unidas estão em Moçambique para acompanhar o processo de paz. O romance narra estranhos acontecimentos de uma pequena vila imaginária, Tizangara, ao sul do país, onde militares da ONU começam a explodir subitamente.

Esquimó - ( Poemas ) -  Fabrícia Corsaletti - Reúne 60 poemas escritos entre 2006 e 2009, que se articulam e conversam entre si, de modo a não prescindir uns dos outros. Essa articulação - sintática, rítmica e de sentido - imprime um movimento muito especial à leitura, já que a sucessão dos poemas introduz ressonâncias que promovem uma espécie de releitura, na memória, dos poemas já lidos; releitura retrospectiva que cria, por sua vez, uma acuidade especial para os poemas que ainda vêm. Dois tons se conjugam em Esquimó (duas vertentes que o poeta chama, brincando, de "poemas vazios" e "poemas bizarros-humorísticos"), dispostos de forma a reforçar esse jogo que tonifica os poemas e sua leitura. Paralelamente a eles, numa espécie de baixo contínuo, estão os poemas de amor.

Till – A Saga de um Heroi Torto - Luís Alberto de Abreu ( Adaptação Teatro de Rua ) - Escrito por Luís Alberto de Abreu para a Fraternal Companhia de Artes e Malas-Artes, “Till Eulenspiegel”, cabe perfeitamente ao estilo saltimbanco da estética do Grupo Galpão, onde foi re-batizada por “Till – A Saga de um Heroi Torto” . O texto tem inspiração numa lenda alemã da Idade Média e base no formato das comédias medievais. O anti-heroi aqui apresentado, Till Eulenspiegel, é fruto de uma aposta entre Deus e o Diabo de que, tirando do homem algumas de suas qualidades, ele cairia em perdição. Deus, aceitando o desafio, resolve trazer ao mundo a alma de Till. Vivendo em uma Alemanha miserável, povoada de personagens grotescos e espertalhões, logo de início o protagonista é abandonado em meio ao frio e a fome e descobre que a única maneira de sobreviver naquele lugar é se tornar ainda mais esperto e enganador. Assim começa sua saga cheia de presepadas e velhacarias. Além de Till e uma infinidade de rústicos personagens medievais, a peça conta também a história de três cegos andarilhos que buscam a redenção, sonhando alcançar as torres de Jerusalém e salvar o Santo Sepulcro das mãos dos infiéis.

No Urubuquaquá, No Pinhém -  Guimarães Rosa - Este livro faz parte do volume Corpo de baile, dividido por decisão do próprio autor em três livros (os outros são Manuelzão e Miguilim e Noites do sertão). Inclui as novelas 'O recado do morro', que conta a história de uma canção a formar-se, e 'Cara-de-bronze', que refere-se à poesia, além do romance 'A estória de Lélio e Lina'. Prêmio Jabuti de Produção Gráfica (menção honrosa) em 2002.

O Capote e Outras Histórias - Nikolai Gógol - Organizado e traduzido diretamente do russo por Paulo Bezerra, que também assina o posfácio, este volume apresenta ao leitor um panorama geral da obra gogoliana, ao trazer, ao lado de algumas de suas histórias mais conhecidas ("O capote", "O nariz" e "Diário de um louco"), duas narrativas "folclóricas", do ciclo ucraniano ("Viy" e "Noite de Natal"). Se nas primeiras o cenário é São Petersburgo e os pequenos funcionários da burocracia czarista e, nas segundas, o universo rural com suas lendas e personagens míticos, em todas prevalece o humor, o tom fantástico e a genialidade narrativa de Gógol, nesta sequência de verdadeiras obras-primas.

O Segundo Tempo - Michael Laub - No dia 12 de fevereiro de 1989, Grêmio e Internacional entraram no gramado do estádio Beira-Rio, em Porto Alegre, para aquele que ficou conhecido como o mais importante confronto da história do esporte gaúcho - o chamado Gre-Nal do século. Na arquibancada, um garoto de quinze anos divide-se entre a atenção aos lances do campo e um dilema - dar ou não a Bruno, o irmão caçula sentado ao seu lado, a notícia que vai mudar radicalmente a vida de ambos. Desde as primeiras linhas, este breve e original romance deixa claro que não trata propriamente de futebol, mas de suas relações com o universo dos afetos. Falar do que aconteceu numa partida real, seqüência construída com os instrumentos às vezes inconfiáveis da memória, é refletir ficcionalmente sobre uma experiência íntima. Assim, as descrições do pique de um centroavante ou do giro de corpo de um ponteiro direito, com as conseqüentes reações entre os torcedores, ganham ressonância no caminho percorrido pelo protagonista - inicialmente acuado pelos segredos terríveis que guarda - envolvendo seu pai, sua mãe e a desintegração iminente de sua família -, ele decide enfrentá-los à medida que mudam as expectativas quanto ao resultado do jogo.

O Vale de Solombra - Eustáquio Gomes - Um livreiro que acredita apenas no que vê e um velho tradutor que acredita nos sonhos são os personagens que transitam com seus conflitos por este Vale de Solombra cheio de encantos, magia e descobertas. Busca e fuga, passado e presente,memória e mistério, metafísica e cotidiano, o Brasil e o mundo. A combinação desses elementos é capaz de envolver e permitir que o leitor faça parte desse labirinto de ideias e impressões.
Eustáquio Gomes, o mestre de A Febre Amorosa, volta a nos divertir e inquietar com humor e texto ainda mais refinados. Um romance para ser degustado feito uma bebida preciosa.

Coletivo 21 - Antologia Poética - Criado em maio deste ano, como um fórum para a troca de ideias e a organização de iniciativas para dar visibilidade aos escritores e suas obras, o grupo Coletivo 21 lança agora o resultado de sua primeira ação: um livro homônimo com a reunião de 33 textos, em prosa e verso, publicado pela Autêntica Editora. 'Coletivo 21' é uma antologia com uma proposta diferenciada: um mosaico de contos, crônicas, versos e aforismos, trechos de romance e biografia, além de um texto visual. Dela participam alguns dos principais escritores da atualidade e novos nomes do cenário literário, integrantes do Coletivo 21, que apresentam sua visão particular sobre os mais variados temas.

O Uraguai - Luiz Galdino ( Do poema de Basílio da Gama ) - é o título que representa o Brasil na coleção Clássicos do Mundo. Contado em prosa por Luiz Galdino, O Uraguai é considerado um marco decisivo na formação da nossa Literatura. Além de uma medida ideal para o tamanho e a versificação do poema, O Uraguai inova em sua constituição quando escolhe para assunto tema ideológico e apresenta o indígena brasileiro não como matéria de curiosidade e exotismo, mas um indígena como "matéria poética", quando valente e convicto de seus direitos afirma: "Esta terra tem dono!".

Contos Obscuros de Edgar Allan Poe (  Seleção de Bráulio Tavares ) -  Edgar Allan Poe é o grande mestre do conto, ocupando lugar inconteste na história da literatura mundial. Ao longo do tempo, sua obra tem sido fartamente traduzida e editada no Brasil. Mas grande parte das coletâneas apresenta, compreensivelmente, os dez ou quinze textos que fizeram sua fama. A antologia "Contos obscuros de Edgar Allan Poe" cumpre um novo e importante papel: oferecer ao leitor dezesseis histórias raramente traduzidas no país. A seleção de Braulio Tavares, autor de celebradas antologias de literatura fantástica, leva em conta a indiscutível qualidade dos textos, além da presença dos temas mais caros ao autor e suas principais obsessões. Assim, a edição acaba atendendo a uma busca permanente do próprio Poe: a diversidade. É ele quem diz: "Se todos os meus contos estivessem agora à minha frente e eu tivesse a incumbência de compor uma nova seleção, o critério que primeiro ocuparia minha atenção seria o de diversidade e variedade." No posfácio, o organizador ilumina, a partir de uma minuciosa pesquisa e do conhecimento de especialista, o contexto dessa produção, traços da misteriosa biografia do autor e os caminhos de sua criação. Ao fim dessa jornada, é possível entender por que Edgar Allan Poe continua sendo, 160 anos após sua morte, um dos mais contemporâneos escritores da literatura ocidental.

O Baú do Tio Quim -  ( Luiz Antônio Aguiara ) - “Talvez a cisma tenha começado num desses sonhos com tio Quim, que eram sempre repletos de sustos e imagens estranhas, de labirintos escuros, pelos quais a garota corria, em desespero, sem conseguir encontrar a saída, com a certeza de que havia um monstro faminto no seu encalço. Então, foi de um sonho desses que Dedá acordou, naquele meio da madrugada que muitos escritores chamam de ‘as horas mortas da noite’ e algo, irresistivelmente, no baú, lhe chamou a atenção. Um pressentimento. Como se não estivesse sozinha no quarto. Como se ali, de dentro do baú, o tal troço a estivesse vigiando enquanto ela sonhava. E agora que o sonho fora interrompido, o dito troço mantinha-se fixado nela. Obcecado por ela. Querendo-a em silêncio, imóvel, só olhos.”

O Homem Invisível -  H. G. Wells - Em uma noite gelada de fevereiro, surge numa cidade isolada na Inglaterra um desconhecido à procura de abrigo. Com o rosto coberto de bandagens, enluvado e de óculos escuros, esse homem misterioso, de pouca conversa, parece estar se recuperando de um acidente que o desfigurou. Pede à dona da estalagem um quarto reservado, onde possa passar os dias sem ser incomodado. Mas a verdade está muito além da compreensão dos habitantes do vilarejo. Esse homem ríspido, que desde o início se indispõe com os demais, criou um método para se tornar invisível e caiu em sua própria armadilha: sem um antídoto, não pode voltar ao estado original. Acossado pelos moradores, incapaz de lidar com o poder que a invisibilidade lhe confere, ele caminha gradualmente a um estado de violência e intolerância. Neste romance clássico da literatura inglesa, Wells constrói uma brilhante história sobre ambição, horror, e a capacidade da ciência de corromper as pessoas quando usada de forma abusiva.

Uma Janela em Copacabana - Luiz Alfredo Garcia - Copacabana, Rio de Janeiro. Dois policiais são executados em curto espaço de tempo. Suas mortes têm muito em comum. Ambas as vítimas eram tiras de segundo escalão, com carreiras medíocres. Foram eliminados pelo mesmo homem, um assassino que dispara à queima-roupa e não deixa rastro. O mundo policial entra imediatamente em rebuliço. Quem estaria disposto a correr o risco de sair matando tiras, ainda que inexpressivos? Gente ligada ao tráfico? À própria polícia? Em meio às confusões de seu cotidiano de livros sem estantes e mulheres fugidias, o delegado Espinosa tem poucos elementos para desvendar o caso, mas sabe que quem cometeu os crimes tem uma motivação forte. Se matar um tira não costuma nunca ser um bom negócio, alguém deve ter concluído que eliminar esses dois era uma questão de estrita necessidade - dos riscos, o menor. Percorrendo as ruas de sua geografia predileta, entre os bairros do Leme e de Copacabana, o delegado vai se deparar com outras mortes e com uma mulher enigmática e insinuante, casada com um figurão da área econômica do governo federal.

De Amor e Amizade ( Crônicas para jovens ) - Clarice Lispector - Amor e amizade inspiraram Clarice Lispector dezenas de vezes. Prova disso são as quatro dezenas de textos selecionadas pelo editor Pedro Karp Vasquez para a coletânea De amor e amizade – crônicas para jovens, primeiro de uma coleção que reunirá crônicas, escolhidas por temas, de Clarice Lispector.  Sem prender-se a significados prosaicos, a escritora criou durante anos histórias que remetem a amizades daquelas sem tamanho, a amores para o resto da vida, a relacionamentos baseados na superficialidade e até mesmo ao episódio daquele amor destruído por causa de um bule de bico rachado. Passadas mais de três décadas da morte de Clarice Lispector, os textos confirmam que esses sentimentos permeiam relações e gerações.
Os textos escolhidos apresentam-se impregnados pela forma incomum com que a escritora transporta para o papel seu jeito de ver o mundo e de lidar com o amor e a amizade. Linha após linha, Clarice conduz seus leitores pela “mistura de observações das miudezas do cotidiano com vastos voos do espírito”, como define o editor no prefácio. Leitores de Clarice Lispector não tem idade, mas desta vez a seleção foi pensada para provocar uma experiência inspiradora em jovens leitores, aqueles que “estão começando a descobrir os mistérios e os prazeres do amor e da amizade”.  Histórias fictícias intercalam-se com relatos pessoais, nos quais Clarice parece prestar uma homenagem a amigos queridos. Aparecem nesses momentos, companheiros de episódios de alguma fase da vida da autora, como é o caso do matemático Leopoldo Nachbin. Clarice e Leopoldo encontraram-se no primeiro dia de aula do Grupo Escolar João Barbalho, em Recife. Durante alguns anos, os dois foram os mais impossíveis da turma, com boas notas em todas as disciplinas, exceto em comportamento.
Clarice escreve ainda sobre outro tipo de amor/amizade, aquele com toques genuínos de admiração, algo próximo ao sentimento que levou a leitora anônima a fazer um suéter especialmente para a escritora. A resposta, em tom de agradecimento, foi escrita com a delicadeza que Clarice costumava dedicar aos leitores – a quem chegava a responder cartas e a escrever crônicas baseadas em suas sugestões e seus questionamentos: “E eis-me dona de repente do suéter mais bonito que os homens da terra já criaram.” De amor e de amizade – crônicas para jovens não se restringe, porém, somente àqueles que encontram-se com Clarice pela primeira vez, mas serve também como um “sopro de renovação e reflexão para os leitores mais maduros”, aqueles que há muito já descobriram que a vida não foi feita para ser vivida automaticamente e que tanto a amizade quanto o amor devem ser experimentados até a última gota – “sem nenhum medo”, como ressalta em determinado momento a escritora.

Longas Cartas para Ninguém - Júlio Emílio Brás - Um grupo de jovens se dedica a todo tipo de experiências em busca de aventuras e de aumentar ao máximo a adrenalina. Em meio aos conflitos, representa também a sua forma de desafiar a morte. Para isso, eles não medem esforços. Fazem de tudo. Rodrigo é o centro das agitações da turma. Ele exerce uma liderança natural e detém a admiração de todos. Fabrício, o narrador, demonstra a perplexidade dos adolescentes quando o amigo resolve acabar com a própria vida. A partir deste ano que desencadeia a trama, o livro aborda uma questão cada vez mais discutida na sociedade: o suicídio. Aqui, ela é refletida por jovens sobre a importância da vida e sobre a responsabilidade de cada ato. É também uma proposta do autor no sentido de chamar a atenção mais detidamente para a condição humana, isto é, para o próximo e de dar mais valor à vida e ao equilíbrio.

País Sem Chapéu -  Dany Laferrière - Depois de vinte anos de exílio na América do Norte, um escritor regressa a seu Haiti natal e enfrenta o desafio de narrar essa experiência. À maneira de um pintor primitivo, com traço firme, cores vivas e perspectiva multifacetada, além de extrema inteligência e sensibilidade, ele conta sua perambulação pelas ruas de Porto Príncipe, seu cotidiano singular, pulsante de vida e de morte. A cada passo surgem pequenos quadros com personagens e situações inusitadas; grandes reencontros que disparam lembranças, nem sempre doces; diálogos inesperados, que revelam as inquietantes novidades do aqui e agora. Em meio ao vaivém de reconhecimento e estranhamento, onde se alternam o país real e o país sonhado, o autor é convidado a realizar uma viagem ao "país sem chapéu": o reino dos mortos e dos deuses do vodu. Primeiro livro de Dany Laferrière a sair em português, País sem chapéu é também um convite a penetrar num território que tem muitos paralelos com o nosso. Com sua visão de mundo, sua experiência de vida e um estilo límpido, permeado de ironia, Laferrière — um dos maiores renovadores da literatura haitiana - integra-se ao time de escritores de cultura híbrida, desarraigada, que conseguem erguer sua voz acima das fronteiras e falar com toda a humanidade.

A Sociedade Literária e a Torta de Casca de Batatas - Mary Ann Shaffer e Annie Barrows - A sociedade literária e a torta de casca de batata' é um romance epistolar, encenado nas longínquas ilhas Guernsey, no Canal da Mancha, após a Segunda Guerra Mundial. Escrito pela bibliotecária e livreira que estreou na literatura com mais de 70 anos, Mary Ann Shafer, com apoio da sobrinha, Annie Barrows, o livro é uma celebração da vida através da literatura.

Um Ninho de Mafagafes Cheio de Mafagafinhos - Jodé Cândido de Carvalho - Esta obra trata-se de uma antologia de 144 pequenos contos, onde o autor reúne histórias ocorridas em lugares considerados distantes procurando fazer uma caricatura do Brasil. 

As Melhores Histórias de Fernando Sabino - “É assombroso como você está escrevendo bem a prosa de ficção. É uma coisa admirável a sua linguagem.” Mário de Andrade a Fernando Sabino, carta de 1943 “Mais um feito magistral de um escritor que há muito conquistou a prerrogativa de permanecer na literatura do Brasil.” Otto Lara Resende Seleção primorosa feita pelo autor mineiro com 50 histórias publicadas em jornais e revistas. São relatos curtos de fatos colhidos da vida real, com tratamento de ficção, em linguagem nítida, sem os ornamentos da retórica tradicional, mas de apurada técnica literária. Episódios, incidentes, reflexões, encontros e desencontros vividos por Fernando Sabino apresentados com rica inventiva. Sob a aparente singeleza transparecem a sensibilidade, o humor, a ironia e, às vezes, o espírito satírico, mas sobretudo a simpatia do autor pela natureza humana. Em cada história, uma pequena maravilha da sua experiência pessoal. Tudo ao redor de Sabino gera literatura.

Terras do Sem Fim - Jorge Amado - Durante a guerra pela posse da terra na região cacaueira do sul da Bahia, os irmãos Badaró enfrentam o coronel Horácio da Silveira. A luta pela subsistência se entrelaça com intrigas políticas, relações amorosas, crimes passionais. Dois romances improváveis se destacam em meio aos tiroteios e tocaias: o do jovem advogado Virgílio e Ester, esposa do coronel Horácio, amor condenado a um desfecho sangrento, e o de Don'Ana, a valente filha de Sinhô Badaró, e o "capitão" João Magalhães, um embusteiro que se faz passar por engenheiro militar. Publicado em 1943, quando Jorge Amado tinha apenas trinta anos, Terras do sem-fim se tornaria um marco do seu "ciclo do cacau", que inclui Gabriela, cravo e canela, Cacau e Tocaia Grande, entre outros.

A Madona de Cedro - Antônio Calado - Delfino Montiel mora na cidade de Congonhas do Norte no interior de Minas Gerais, cidade por qual é conhecida pelas inúmeras peças de pedra-sabão guardadas na Igreja Católica Matriz da cidade, consideradas obras-de-arte e relíquias, dentre elas peças feita pelo famoso escultor Aleijadinho que no mercado são obras consideradas patrimônio público em valor inestimável. Por lá reencontra um velho amigo: Adriano Mourão, ele é convencido pelo amigo à viajar para o Rio de Janeiro para à serviço de empreendimentos de peças de pedra-sabão, por lá Delfino conhece Marta com quem mantêm um relacionamento amoroso e pretende-se casar, mas conforme os padrões morais exigidos pela família, Delfino que se encontra desempregado só irá se casar com Marta, quando estiver consolidado em um emprego de rendimento salarial. 

A Morte de Ivan Ilitch - Lev Tolstói  - Lev Tolstói  pinta, em 80 páginas, um retrato da burguesia russa do final do século XIX, da vida, da doença, da agonia e da morte de um homem respeitável em seu meio. A Morte de Ivan Ilitch, publicada em 1886, é uma novela, que apesar do título, faz uma reflexão sobre a vida. Este clássico foi o livro escolhido para o mês de maio do fórum literário Entre Pontos e Vírgulas. Foi meu primeiro contato com Lev Tolstói, como também da literatura russa em geral. No inicio da leitura não estava conseguindo me concentrar na narrativa, pois tinha acabado de concluir o primeiro volume de 1Q84, do Murakami, e a história ainda estava muito viva na minha cabeça. Comecei a achar a leitura do russo desagradável, mas com o passar das primeiras páginas essa sensação de desconforto foi indo embora e pude aproveitar a qualidade desta obra. Em algumas gramas de papel o autor teve o talento para evocar toda uma vida e um mundo de conveniências, aspirações, dúvidas e certezas. O resultado da luta deixa pouco suspense, na verdade Lev procura nos faz viver e sentir a lenta e inevitável descida, a mudança de Ivan Ilitch, este homem aparentemente invejável. Ao longo do caminho, o personagem faz um exame da sua própria vida, uma introspecção, uma viagem profunda de si mesmo. O autor consegue descrever com grande realismo todos os sentimentos que invadem o personagem principal: vai do desespero à luta, da esperança ao ódio, a inveja, o abandonado. Ele sente que vai morrer, mas é difícil de admitir. Ivan está com medo e não entende por que todos os tormentos infligidos nele. A Morte de Ivan Ilitch é um texto difícil e sem rodeios, e acredito que também para compreender a agonia dos moribundos. Sei lá, comecei a recordar de uma amiga da minha mãe que morreu de câncer. Também me lembrei dos pacientes da UTI que atendi no meu ultimo semestre da faculdade, alguns só esperavam o ponto final. Quando Ivan olha para trás senti que ele se arrependeu de sua vida. Não faço ideia se é pelo medo da morte ou pelo seu estado de dor intensa (físico e mental), ou ambas, que embaralha seus pensamentos. Então acredito que Tolstói nos quis dizer que a morte é inevitável, mas a chave para a paz consigo mesmo é não viver de acordo com as normas dos outros e tentar dar significado à sua vida.

Nós Passaremos em Branco ( A Arte da Crônica ) - Luís Henrique Pellanda  - O cronista esquadrinha a sua cidade tal qual um flâneur. Sobe a Ébano Pereira, atravessa a Pracinha do Amor e pega a Saldanha Marinho. Desce a Ermelino até a Boca Maldita, percorre o calçadão rumo à Praça Osório. Nas crônicas de Luís Henrique Pellanda, o centro de Curitiba é o cenário de histórias quase invisíveis, flagrantes do cotidiano que revelam o que há de perverso – e também de encantador – nas ruas anônimas de uma metrópole. O que pode escapar à percepção da maioria de nós é retido na memória do cronista. Assim nasce uma galeria de situações e personagens bastante particular: a prostituta que joga pétalas de rosas sobre a menina que dorme na praça; a alucinada estreia do filme The Doors no antigo Cine Plaza; um assassinato – cinco tiros na cara – bem debaixo da janela do autor; a macaca dançarina que hipnotiza o músico; a mocinha com o canivete, lembrança de um verão distante. Ao final deste volume, Pellanda apresenta um inventário de tipos fantásticos, como o Diabo da Cruz Machado, o Encosto Bilheteiro e a Desamparada do Pré-Pago, reunidos numa “Antologia dos Demônios de Curitiba”. Ali, o sobrenatural serve para iluminar o que há de humano nos seres que, como o autor, vagam pela cidade. Assombroso, na verdade, é o indiscutível talento de Pellanda para extrair lirismo do que acontece naquelas ruas.

Poemas Reunidos - Geraldo Carneiro - Geraldo Carneiro, carioca de educada formação mineira, tingido sempre de irrecusável e perene modernidade da vida, não pretende se livrar do antigo. Assim, dono dos dois tempos, vibrando no de hoje, Geraldo Carneiro, em qualquer atividade, é sempre poeta.

A Legião Negra ( A luta dos Afro-Brasileiros na Revolução Constitucionalista de 1932 ) - Este romance conta a história do batalhão composto por afrodescendentes que lutou contra a ditadura de Getulio Vargas pleiteando uma Constituição para o Brasil. O narrador, um centenário ex-combatente, volta atrás muitas décadas para recordar personagens e fatos da Revolução Constitucionalista de 1932, na qual perdeu amigos, conviveu com heróis e covardes, conheceu a dor e a coragem.

Os Repórteres Clandestinos - Kathy Kacer - Conheça John Freund e Ruda Stadler, dois amigos judeus que durante o holocausto, mesmo proibidos de falar ou brincar com outras crianças, resolveram tomar uma atitude para difundir a cultura , as brincadeiras, os esportes e as poesias criadas pelo seu povo. Surgiam assim os repórteres clandestinos. Como eles conseguiram lutar contra o nazismo? Vamos descobrir os mistérios dessa história de coragem e resistência.

"Três Amizades" ( Clássicos Juvenis ) - Marcia Kupstas - O livro "Três Amizades", de Marcia Kupstas e integrante da coleção "Três por Três", apresenta três narrativas envolventes que se passam épocas muito diferentes. Nelas, a ajuda dos amigos é valiosa para que os personagens enfrentem situações que envolvem dificuldades, perigos e mistérios. Na Inglaterra do século 16, a enorme distância social entre nobres e plebeus não impede o encontro de dois meninos muito diferentes: Eduardo Tudor, príncipe de Gales, filho do rei Henrique 8º, e Tom Canty, nascido em um bairro miserável de Londres, filho de um vagabundo.  Novamente em Londres, mas no século 19, encontramos o famoso detetive Sherlock Holmes e seu inseparável companheiro Watson às voltas com um novo crime a ser desvendado por meio de uma farsa armada com lógica e perspicácia... No século 21, em uma metrópole brasileira, acompanhamos os desdobramentos do encontro do garoto Miguel com Isaías, um homem misterioso e estranho que se oferece para encontrar seu cão desaparecido... A obra é composta pela adaptação dos clássicos "O Príncipe e o Mendigo", de Mark Twain, e "O Detetive Agonizante", de Conan Doyle, além do inédito "As Duas Mortes de Isaías", de Marcia Kupstas, que também é a adaptadora dos dois clássicos.

A Elegância do Ouriço - Mariel Barbery  -  À primeira vista, não se nota grande movimento no número 7 da Rue de Grenelle: o endereço é chique, e os moradores são gente rica e tradicional. Para ingressar no prédio e poder conhecer seus personagens, com suas manias e segredos, será preciso infiltrar um agente ou uma agente ou — por que não? — duas agentes. É justamente o que faz Muriel Barbery em A "Elegância do Ouriço", seu segundo romance. Para começar, dando voz a Renée, que parece ser a zeladora por excelência: baixota, ranzinza e sempre pronta a bater a porta na cara de alguém. Na verdade, uma observadora refinada, ora terna, ora ácida, e um personagem complexo, que apaga as pegadas para que ninguém adivinhe o que guarda na toca: um amor extremado às letras e às artes, sem as nódoas de classe e de esnobismo que mancham o perfil dos seus muitos patrões.

Hamlet (HQ ) -  Shakespeare  - Combina o estilo do mangá japonês e uma adaptação dos diálogos de Shakespeare, dando uma cara jovem às histórias. Cada volume é ilustrado por um quadrinista diferente, e traduzidos para o português pelo poeta Alexei Bueno. Em Hamlet, encontraremos o atormentado príncipe da Dinamarca em pleno ano de 2107. “Muito complexo, muito legal e muito bem-feito” — The London Review of Book “De muitas maneiras... mangás e tragédias shakespearianas combinam perfeitamente” — The Financial Times O mercado de mangás está em crescimento no Brasil.  A série Mangá Shakespeare é sucesso na Inglaterra. Foi adotada em diversas escolas e conquistou prêmios e elogios da crítica especializada.

Não à Ditadura - Víctor Jara ( Por Bruno Doucey ) - Em 11 de setembro de 1973, o golpe de estado liderado por Augusto Pinochet derrubou o governo de Salvador Allende. O resultado foi a destruição de tudo o que havia de democrático no Chile, desde o parlamento e jornais da oposição às universidades públicas e centros culturais. Com a extinção dessas organizações, pretendia-se exterminar a memória do país, da sua cultura e da sua história. O livro de Bruno Doucey apresenta a vida e a luta de um dos militantes contrários ao governo autoritário. Víctor Jara não precisou pegar em armas, mas encontrou na música uma forma de protesto para combater as injustiças e a violência. Suas canções revelavam a brutalidade do regime militar, e Jara não se intimidava em cantá-las em público. Essa atitude lhe gerou muitos inimigos, que, logo após o golpe de estado, a prisão e a morte do compositor. “As músicas e a cultura em geral tiveram papel importante na resistência às ditaduras, porque o povo se sensibiliza facilmente com elas, que muitas vezes levam mensagens bastante críticas ao poder ditatorial”, escreve o cientista político Emir Sader, no prefácio deste livro. Sobre o autor - Bruno Doucey nasceu na França em 1961. Editor, poeta e escritor, ele faz de seus livros uma forma de combater as injustiças.

As Centenárias & Maria do Caritó - Newton Moreno - A persistente luta pelo direito de amar de uma solteirona virgem e as estripulias de duas malandras centenárias para conseguir driblar a morte. Dois motes de Nirto, dois pontos de partida, dois enredos, dois repentes, dois causos, dois cordéis, duas zombarias, dois reveses, duas picardias, duas rezas, duas crônicas de costumes, duas fábulas. Quem conta um conto aumenta um ponto. Imagine então quem conta dois... Aqui, Nirto mata nossa sede de voltar às origens e preservar a memória, nos fazendo beber nas fontes da efervescente estética nordestina, nos escancarando, com domínio de mestre contador de histórias, o amplo poder de resistência do povo simples desse Brasilzão místico. Fé na vida. É isso. Já com lugar de honra no panteão das grandes personagens da literatura dramática brasileira, a hilariante santinha Maria Caritó e as longevas carpideiras Socorro e Zaninha nos fisgam para sempre, nós, simples mortais, com suas perenes lições de fé na vida.  Escrita especialmente para Marieta Severo e Andréa Beltrão, As Centenárias estreou no Teatro Poeira em 2007, com direção de Aderbal Freire Filho. Além das duas atrizes, contou com participação do ator Sávio Moll. A peça recebeu o Prêmio Shell Rio e o Prêmio Contigo! de melhor texto teatral de 2008.  Maria do Caritó foi escrita especialmente para o retorno da atriz Lilia Cabral ao teatro, ao lado de seus antigos companheiros de palco, os atores Fernando Neves e Sílvia Poggeti.

Páginas de Sombra - Contos Fantásticos Brasileiros -  Este livro reúne diferentes vozes narrativas e diversas abordagens estilísticas com que alguns escritores escritores recuperaram temas clássicos do fantástico - a história de fantasmas, o erotismo sobrenatural, o absurdo kafkiano, a alegoria religiosa, os monstros, o terror gótico. Abarcando mais de um século entre o conto de Machado de Assis e o de Heloisa Seixas, a seleção feita por Braulio Tavares abrange autores clássicos da literatura brasileira, escritores revelados nas décadas mais recentes e nomes pouco conhecidos do público leitor.

 Pesia é Não - Estrela Ruiz Leminski -  Poesia é não “(...) seu jeito para a brincadeira é sério está na cara vê-se dos hai kais da infância ao jorro transparência do final do livro a intimidade o trato o tato a convivência natural com as lâminas flechas e plumas da expressão verbal aprimorando os sensos interpenetrando a vida e vice-versa a cada verso (...)”Arnaldo Antunes
“(...)Estrela lida no seu livro com os contrários e não tenta harmonizá-los. Não os trata como complementares. Alegria é alegria e dor é dor. Essa sinceridade aflora em todo o livro. E talvez por isso pulse tão forte uma pessoa por trás dos versos.(...) As imagens se harmonizam com os sons, os sentimentos e as idéias. Em Cupido: cuspido, escarrado também tem os poemas irônicos, os alegres, os reflexivos. Tem os curtos, os longos, os com efeitos gráficos, os sonoros, vários haicais. Tem os que beiram a prosa e os que beiram a letra de música. Tem correndo por baixo de tudo uma poeta-leitora dialogando com vários fazeres poéticos contemporâneos e acrescentando a eles as suas próprias descobertas.(...)”Ricardo Silvestrin

Chamado Selvagem - Jack London  ( Adaptação de Clarisse Lispector ) - Buck vivia tranqüilamente no sítio do juiz Miller, no vale da Santa Clara, na Califórnia. Filho de um são bernardo com uma pastora escocesa, ele era um cão imponente, com músculos firmes, pêlos quentes e compridos. Entretanto, não fazia nada além de passear pelos vales, acompanhando os netos de seu dono. Até que um dia, Buck foi roubado e vendido a exploradores de ouro que partiam para uma aventura pelo Alasca. A partir daí, sua vida sofreu uma reviravolta e ele foi obrigado a trabalhar duro, num ambiente inóspito. O que seus novos donos não esperavam era que, ao adaptar-se à nova realidade, Buck começava a fazer parte dela e a descobrir sua verdadeira natureza.

Os Góticos ( Contos Clássicos ) - Luiz Antônio Aguiar e Veio Libri ( Organizadores ) - O livro apresenta os seguintes contos - A uma taça feita de um crânio humano; O vampiro; A pata do macaco; Poemas macabros (Catalepsia / A dança da morte); Lote; O hóspede de Drácula; Transformação; A queda da casa de Usher; A amante morta; Dickon, o diabo; Janet, a maligna. E os seguintes ensaios - História para sentir medo (Pedro Bandeira); O fascínio do medo (Luiz Raul Machado); Sombras da adolescência (Daniel Piza); O terror diz - 'Até breve' (Luiz Antonio Aguiar).

Poemas Escolhidos  - Ferreira Gullar - Poesias selecionadas por Walmir Ayala e com prefácio de Tristão de Athayde. A poesia social de Ferreira Gullar assume uma posição autêntica frente aos aspectos sociais e culturais modernos. Seu lirismo trágico e subversivo é um pequeno mundo dos problemas mais candentes da beleza poética.

Primeiras Leituras - Paulo Mendes Campos - Esta reunião de crônicas traça um divertido panorama da obra em prosa de Paulo Mendes Campos. Em livros como Hora do Recreio, O Cego de Ipanema, O Anjo Bêbado, entre outros, o autor praticou as mais diversas modalidades de crônica. Da observação bem-humorada do Rio de Janeiro a pequenas ficções e causos que revelam o fino estilista do idioma, sempre atento às transformações da língua popular, o que se tem aqui é uma significativa amostra de um dos nossos mais encantadores e populares autores.

Clarice na Cabeceira ( Seleção de Contos ) - Este livro traz uma reunião de vinte textos selecionados por convidados afeitos à obra de Clarice Lispector. 'Clarice na Cabeceira' apresenta uma leitura selecionada de crônicas publicadas entre 1962 e 1973, na revista Senhor e no Jornal do Brasil, e posteriormente agrupadas nos livros 'A descoberta do mundo' e 'Para não esquecer'. Abordando temas tão diversos quanto as memórias da infância, a vida, a morte, o amor, o ato de escrever, o silêncio, a maternidade e a indignação, as crônicas são apresentadas por amigos e admiradores de Clarice, que compartilham o impacto da escritora e de sua obra em suas vidas, como Eduardo Portella, Ferreira Gullar, Marília Pêra, Maria Bonomi e Naum Alves de Souza, entre outros.

Os 39 degraus - John Buchan - A história se passa em Londres, às vésperas da I Guerra Mundial. Quando um milionário escocês Richard Hannay tentar espantar o tédio levando uma vida de playboy, até conhecer um vizinho misterioso com uma informação bombástica: haverá um assassinato político na cidade capaz de jogar toda a Europa em um conflito sem precedentes. Essa informação muda o rumo da vida do personagem principal.
Quando um homem aparece morto em sua sala de visitas, Hannay se angaja no combate às forças hostis, na verdade uma organização alemã, mergulhando em uma aventura repleta de pistas falsas, vilões traiçoeiros e reviravoltas. O febril thriller de John Buchan (1875-1940), publicado em 1915, trocou o estilo descritivo e cerebral das histórias de Sherlock Holmes pela narrativa enxuta e ágil que iria influenciar as tramas de suspense do cinema e os livros protagonizados pelo agente James Bond. Tanto que o romance é na verdade mais conhecido por sua encarnação cinematográfica dirigida por Alfred Hitchcock em 1935.
Com quase um centenário, ‘Os 39 degraus’ ainda diverte com um herói atrevido e o inesgotável fascínio das teorias conspiratórias.

As Filhas Sem Nome - Xinran - "Sou uma moça do interior, por favor, seja gentil e cuide de mim." Era assim que Três, Cinco e Seis se apresentavam na cidade grande. Nascidas em uma pequena aldeia chinesa, as filhas do camponês Li Zhongguo haviam se mudado para Nanjing em busca de oportunidades. Vencendo o ceticismo do pai, um homem desgostoso por ter apenas filhas mulheres e que, por isso, jamais lhes deu um nome verdadeiro, elas escapam ao destino de subserviência e ignorância a que estavam fadadas. Na cidade, as jovens descobrem seu lugar no mundo, mas não abandonam o afeto e o respeito pelo lugar de origem. Baseado em histórias colhidas por Xinran durante as pesquisas para seu programa de rádio, o romance aborda com delicadeza as tradições, sem deixar de lado as denúncias do medo e da ignorância herdados de uma ditadura longa e violenta.

O Retrato de Dorian Gray - Oscar Wilde ( Adaptação de Clarice Lispector )- Oscar Wilde , uma personalidade marcante,teve uma vida social agitada e extravagante, mas o seu talento é incontestável. Uma das suas mais famosas obras, 'O retrato de Dorian Gray', torna-se mais interessante para os leitores brasileiros nessa adaptação de Clarice Lispector.

 Os Papéis de Lucas - Júlio Emílio Braz - Lucas,adolescente que sofreu um acidente fatal.Repleto de dúvidas sobre a relação com a família,o erotismo,a aids,a solidariedade...fica na memória ,por muito tempo,da sua família.

 Órfãos de Eldorado - Milton Hattoum -  Numa cidade à beira do rio Amazonas, um passante vem procurar abrigo à sombra de um jatobá e, incauto ou curioso, dispõe-se a ouvir um velho com fama de louco. É o que basta para Arminto Cordovil começar a contar a história de Órfãos do Eldorado: a história de seu próprio amor desesperado por Dinaura, mas também a crônica de uma família, de uma região e de toda uma época que, à base da seiva da seringueira, quis encarnar os sonhos seculares de um Eldorado amazônico. Essa miragem mítica e histórica serve de pano de fundo a Órfãos do Eldorado e ao destino de Arminto Cordovil, dividido entre o amor pela moça misteriosa e as pretensões dinásticas do pai, Amando, armador enriquecido com a borracha. Na casa elegante em Manaus ou no palacete branco de Vila Bela, Amando nutre fantasias de proprietário e armador, que seu filho único teima em minar.Entre esses extremos que mal se tocam, uma galeria notável de mulheres – Angelina, a mãe morta; Florita, o anjo da guarda morena; Estrela, a bela sefardita – e os homens – de Estiliano, o advogado grego, a Denísio Cão, o barqueiro infernal – que vivem na própria pele o fausto e os conflitos do ciclo da borracha nos anos que antecedem a Primeira Guerra Mundial. E, no centro de tudo, Dinaura, corpo estranho entre as órfãs das Carmelitas em Vila Bela, moça que parece filha do mato, lê romances, enfeitiça Arminto e sonha com a Cidade Encantada, a Eldorado submersa de que tanto se fala à beira do rio Amazonas.

Cenas de Cinema (  Contos em Gotas ) - Luiz Pimentel - A vida miúda, em sua desconcertante grandeza; o homem em fúria, em êxtase, perdendo-se e encontrando-se nas mesmas curvas incertas; o amor, o ódio, esperanças e incertezas. A matéria-prima dessas histórias é a mais substancial possível: o homem com seus dramas, medos, contemplações. Contista muitas vezes premiado, Luís Pimentel volta às narrativas curtas, com histórias eletrizantes.

O Enterro Prematuro  ( De Edgar Allan Poe ) - Andrea Mateus -  Há um ditado bretão que diz:Os deuses me livrem de perseguição, prisão e... de ser enterrado vivo.Este é o tema do conto clássico de Edgar Allan Poe, "O Enterro Prematuro". Julgando sofrer de catalepsia, o protagonista apresenta todos os sintomas da doença que se agudizam conforme o tempo passa. Atormentado por agonias, morbidez e pelos devaneios sobre a morte, deixa-se envolver por toda a espécie de pensamentos sinistros.Na tentativa de diminuir seus temores, adaptou a cripta familiar com sinos,cordas, entradas de ar, para recebê-lo morto e, ao acordar, voltar triunfalmente ao convívio social.Melhor seria recompor o ditado bretão:Os deuses nos livrem das obsessões causadas pelo medo da morte pois, se não as colocarmos para adormecer, embalando-as com delicadeza, seremos devorados por elas.


 Pequenas Epifanias - Caio Fernando Abreu - Epifania é a expressão religiosa empregada para designar uma manifestação divina. Por extensão, é o perceber súbito e imediato de uma realidade essencial, uma espécie de iluminação. As crônicas escritas por Caio Fernando Abreu retêm essa qualidade, levam o leitor a enxergar, como num clarão, verdades bem escondidas.
A primeira fase das Pequenas epifanias foi publicada no jornal O Estado de S. Paulo entre 1986 e 1989. Depois de uma retirada de três anos, Caio voltou ao terreno da crônica instigado por Antonio Gonçalves Filho, então editor do Caderno 2 do jornal. É aí que sua escrita de cronista se torna mais visceral, mais atada aos fenômenos da vida e da morte. Como lembra Gonçalves Filho, na apresentação desta obra, Caio vinha disposto a fazer da crônica uma narrativa explicitamente autobiográfica e escandalosamente literária.

Minha Vida com Boris - Thays Martinez - Numa manhã de maio de 2000, a advogada Thays Martinez e seu cachorro Boris saíram de casa para fazer história. Recém-chegados dos Estados Unidos, os dois tiveram a entrada barrada numa estação de metrô. Motivo: animais não eram permitidos nas instalações da Companhia do Metropolitano de São Paulo. E os funcionários da estação não se dobraram nem mesmo ao argumento de que cães-guia são instrumentos de acessibilidade e autonomia para pessoas com deficiência visual como Thays, cega desde os quatro anos. Thays, então, moveu uma ação judicial contra o Metrô e, seis anos depois, conquistou uma histórica vitória no Tribunal de Justiça de São Paulo, fazendo a própria defesa com Boris a seu lado. Antes mesmo da decisão judicial que permitiu o acesso de cães-guia ao Metrô da maior metrópole do país, o caso de Thays e Boris já havia inspirado a aprovação de duas leis — uma estadual, em 2001, e outra federal, em 2005 — que garantem o acesso de cães-guia a todo e qualquer local público e privado de uso coletivo. A dupla também ficou conhecida graças às várias reportagens de que foi tema após o incidente, e Boris ainda foi alçado à condição de herói da inclusão e da acessibilidade. Mas a obra vai muito além da narrativa de um triunfo da cidadania. No vibrante resgate de suas memórias, Thays aborda, sobretudo, sua profunda amizade com Boris, uma conexão baseada em confiança e cumplicidade que deixa como legado uma comovente história de afeto para além da vida.

Sete Diásporas Íntimas  - Lande Onawale  - Um livro de Lande Onawale, um escritor nascido em Salvador, na Bahia. O livro abrange um relicário de pequenos flagrantes da vida cotidiana negra, contados de dentro, experimentados e sentidos também por dentro, o que causa em nós leitoras e leitores uma imediata identificação com a experiência ali contada, além de um profundo encantamento. São momentos de epifania que nos deslocam do lugar do óbvio, do previsível e subverte uma ordem pré-estabelecida no imaginário, são as relações afetivas no contexto familiar negro-brasileiro, que Lande descortina em suas particularidades, e explora com muita habilidade os seus (des)encontros.  A publicação conta com oitos contos que retrata a vida cotidiana e social do povo africano, numa narrativa pulsante e singular. Durante o lançamento os leitores vão poder apreciar as intervenções teatrais de Josiane Acosta e Pedro Albuquerque, sob a direção de Angelo Flávio. O livro se inspira na divindade africana brasileira Esù que se materializa na apresentação de lugares e personagens apresentando traços simbólicos. A publicação Se7e: diásporas íntimas, de acordo com o autor, refere-se à divindade do candomblé que simboliza o caminho. “Tem haver desde a pessoa mudar de rumo como também para o ato de tomar uma decisão na vida. O livro mescla contos antigos como os novos da minha produção”, esclarece. No conto Veridiana, Lande Onawale conta a história de Romão e Veridiana, numa ficção que retrata o primeiro encontro do casal, a dispersão do cotidiano do casamento, onde os detalhes dispõem de elementos para que o leitor tire suas próprias conclusões sobre a vida do casal.

 O Gosto do Aprelstrudel - Gustavo Bernardo - No leito do hospital, cercado por sua família, o velho patriarca ouve o veredicto do médico - muito provavelmente, chegou a sua hora. O corpo fraco, a idade avançada, as doenças - não há mais o que fazer, só esperar. Mas ninguém desconfia que, durante essa espera, e apesar do coma, ele escuta o que acontece ao seu redor.O romance O gosto do apfelstrudel é publicado em 2010 pela editora Escrita Fina. Como todos os romances do autor, talvez de todos os autores, é e não é um romance autobiográfico ou, como se diz hoje, de autoficção. A história conta tudo o que pensou e sonhou H, um homem absolutamente comum e absolutamente bom, quando se encontrava em meio ao coma do qual nunca veio a acordar. O gosto do apfelstrudel foi finalista do 53º Prêmio Jabuti 2011, na categoria literatura juvenil.

Terra Vermelha, Rio Amarelo  ( Uma história da Revolução Cultural ) -  Ange Zhang - Em 1966 Ange é um adolescente e mora com a família em Beijing, na China. Filho de um escritor famoso, ele tem pouca afinidade com o texto escrito, mas adora desenhar. Seus heróis são os soldados do Exército Vermelho. Um dia a Revolução Cultural se inicia. Ange se entusiasma e anseia por fazer parte da luta, mas aos poucos ele percebe que algo não vai bem: um clima de agressividade, violência e desconfiança se instala por todos os lados. Forçado a ir trabalhar no campo, como milhares de outros jovens, é lá que encontra tempo e espaço para refletir sobre seu futuro e sobre os acontecimentos de seu tempo.

 Haroun e o Mar de Histórias - Salman Rushdie -   Rushdie, um contador de histórias profissional, é o próprio "mar de ideias". Um dia, porém, ele perde o dom da palavra, e com isso perde também seu ganha-pão e toda a alegria de viver. É então que seu filho Haroun descobre que toda história vem de um grande mar de histórias, o que o faz entregar-se à fantástica aventura de ir em busca das palavras. Escapando de muitos perigos, Haroun conseguirá vencer as tenebrosas forças da escuridão e do silêncio. Uma narrativa bem-humorada, uma defesa da criação, da fantasia e da liberdade, uma celebração da alegria de contar histórias e do prazer de ouvi-las.

A Tempestade ( em HQ ) - William Shakespeare - A tempestade é uma história de vingança, é uma história de amor, é uma história de conspirações oportunistas, e é uma história que contrapõe a figura disforme, selvagem, pesada dos instintos animais que habitam o homem à figura etérea, incorpórea, espiritualizada de altas aspirações humanas, como o desejo de liberdade e a lealdade grata e servil. Uma Ilha é habitada por Próspero, Duque de Milão, mago de amplos poderes, e sua filha Miranda, que para lá foram levados à força, num ato de traição política. Próspero tem a seu serviço Caliban, um escravo em terra, homem adulto e disforme, e Ariel, o espírito servil e assexuado que pode se metamorfosear em ar, água ou fogo. Os poderes eruditos e mágicos de Próspero e Ariel combinam-se e, depois de criar um naufrágio, Próspero coloca na Ilha seus desafetos (no intuito de levá-los à insanidade mental) e um príncipe, noivo em potencial para a filha. Se o amor acontece entre os dois jovens, se a vingança de Próspero é bem-sucedida, se Caliban modifica-se quando conhece os poderes inebriantes do vinho numa cena cômica com outros dois bêbados, tudo isso Shakespeare nos revela no enredo desta que por muitos é considerada sua obra-prima – uma história de dor e reconciliação.

Contos de Tchekhov ( Contos de Tchekhov ) - Os Contos de Tchekhov, que também fora autor de peças teatrais e novelas, têm como características o cotidiano, as relações humanas, sempre tratadas com humor peculiar.Neste volume estão os contos:  " Estória Alegre"  , " Fatalidade" , " Pesadelo" , " Aniouta"  , " Réquiem"  , " Um Belo Tumulto " , "O Marido" ,  " O Caso do Chamapnha"  , " Mártires"  , "O Professor de Literatura" , "O Bispo ", "O Duelo" ;

Alice de A a Z - Adriano Messias -  Uma Alice diferente, em um mundo nada mágico. Pobre, desamparada, lidava com a violência do pai e as mesmices da mãe; sem recursos materiais, mas cheia de vontade de crescer, de ser gente, ganhar independência.
É apaixonada por livros, mas não pode comprá-los. Certo dia, mexendo em uma velha enciclopédia na casa de uma provável patroa, Alice encontrou a imagem e a biografia de uma mulher que se tornou emblemática para ela: Josephine Baker. Quem seria aquela linda negra em saia de bananas? Onde encontrá-la? Está é uma Alice adolescente que pede redenção. Mesmo cheia de agruras, sua história não deixa de lado os encantamentos. Encante-se também.

Fábulas Entortadas - Israel Jelin - Esta obra procura apresentar fábulas de maneira que, entortadas pelo humor cínico do autor, as vidas de bichos e de homens possam surgir com clareza, pretendendo exibir fraquezas, defeitos e sabedoria. O autor tem por objetivo não tomar partido, deixando que o leitor decida, entre as duas versões que apresenta de cada fábula, qual delas prefere.

O Nobre Sequestrador - Antônio Torres -  Romance que narra o sequestro da cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, em, 1711, por um corsário frances.

Tristão e Isolda - Helena Gomes ( Adaptação ) -   O livro é uma adaptação da escritora Helena Gomes, com ilustrações de Renato Alarcão, da lendária história sobre o trágico amor entre o cavaleiro Tristão, nascido na Cornualha, e a princesa Isolda, de origem irlandesa. Os dois jovens se apaixonam quando Tristão tem a missão de buscar Isolda para desposar seu tio, o rei Marc. Para ficarem juntos, passam por aventuras e situações inusitadas.  A lenda, de origem celta, é datada de meados do século XII.

Melhores Poemas de Mário Quintana - Fausto Cunha ( Seleção ) - Mario Quintana entrou na literatura brasileira quase em surdina, sem estardalhaço, sem autopromoção, como um aprendiz de feiticeiro brindando o público com os seus baús de espanto. O poeta nasceu em Alegrete, Rio Grande do Sul, em 1906, cursou o Colégio Militar de Porto Alegre, trabalhou na Livraria do Globo, fez jornalismo e inúmeras traduções, recebeu vários prêmios literários. Faleceu em 1994. O principal dado biográfico é que, ao longo da vida, nunca deixou de ser poeta. Ao contrário da maioria dos escritores brasileiros, sempre apressados, Quintana estreou em livro após os 30 anos, com a coletânea de sonetos A Rua dos Cata-Ventos (1940), no qual ainda palpitavam notas neo-simbolistas. Levaria seis anos para publicar um novo livro, Canções, de extrema simplicidade e musicalidade, que se renovam nos surpreendentes poemas em prosa de Sapato Florido (1947). Em Espelho Mágico (1948), com um espírito lúdico desconhecido nas letras brasileiras, o poeta se delicia (e delicia o leitor) com pequenos e mágicos epigramas. A adoção do verso livre, em O Aprendiz de Feiticeiro (1950) coincide com a abertura para o mundo onírico, com um toque de surrealismo. Os livros seguintes - desde Pé de Pilão, escrito para o público infantil, aos Apontamentos de História Sobrenatural eBaú de Espantos -, mostram o poeta em permanente processo de renovação, ágil, personalíssimo, com "uma qualidade, marca, timbre, ressonância ou maneira que só posso definir como quintanidade", conforme observa Fausto Cunha no prefácio aos Melhores Poemas Mario Quintana. Apesar do êxito popular, ou talvez por isso mesmo, a crítica custou a reconhecer a obra de Quintana. Acusavam-no de passadista, de preso a fórmulas superadas, sem perceber a magia de sua poesia e o seu humor refinado. Quando perceberam já era tarde. O poeta já estava mais do que consagrado pelo povo

 Pauliceia Desvairada - Mário de Andrade - Primeira obra de vanguarda no modernismo brasileiro, o livro de Mário de Andrade canta a urbanização de São Paulo.

Aventuras de  Menino - Mitsuru Aachi - Em Aventuras de menino, o mestre japonês Mitsuri Adachi explora, com a delicadeza que lhe é característica, a saudade da infância e a melancolia de tornar-se adulto.

 As aventuras de Pinóquio - Carlo Collodi -  ''Pinóquio tem cem anos. A frase soa estranha. Por duas razões: de um lado, não se consegue imaginar um Pinóquio centenário; de outro, acaba sendo natural pensarmos que Pínóquio tenha existido sempre - não é possível imaginarmos um mundo sem Pinóquio.''

 Cidades Mortas - Monteiro Lobato - Reunindo escritos da juventude com textos posteriores, Monteiro Lobato lançou estes contos como urna crítica acida, mas bem- humorada, aos costumes provincianos dos povoados do interior do Brasil onde o poder é invariavelmente dividido entre o coronel fanfarrão e o vigário que faz acrósticos em latim.

Vermelho Amargo - Bartolomeu Campos Queirós - O primeiro livro pela Cosac Naify de um dos maiores expoentes da literatura infanto-juvenil brasileira não poderia ser mais um. Vermelho Amargo revela uma face diferente do escritor Bartolomeu Campos de Queirós, e o insere definitivamente na literatura brasileira, para além de classificações. Um narrador em primeira pessoa revisita a dolorosa infância, marcada pela ausência da mãe substituída por uma madrasta indiferente. Vemos os irmãos, filhos de um pai que não larga o álcool e de uma madrasta que serve em todas as refeições fatia cada vez mais finas de tomate, desenvolverem diversas anomalias para tentar suprir a ausência de afeto e a saudade da mãe. Um come vidro, a outra não larga as agulhas e o ponto cruz. Numa espécie de contagem regressiva, o narrador observa seus irmãos mais velhos irem embora de casa. A prosa memorialística vale a pena, no entanto: afinal, esquecer é desistir, é não ter havido… Neste depoimento de inspiração autobiográfica, a prosa poética de Bartolomeu é dolorosamente bela. Como ele mesmo coloca na epígrafe, foi preciso deitar o vermelho sobre papel branco para bem aliviar o seu amargo. Uma obra delicada como arame farpado, nas palavras do diretor teatral Gabriel Villela, que assina o texto de quarta capa.

Retratos narrados - Adriano Bitarães Netto - Retratos Narrados, segundo o autor Adriano Bitarães Netto, foi criado com o intuito de introduzir os jovens no universo ficcional de clássicos da literatura brasileira, de modo que, através da técnica do pastiche - o pastiche é uma criação baseada em uma obra já existente que serve de base para outro texto original -, esses leitores se sintam instigados a procurarem pelas obras canônicas da nossa literatura.
Valendo-se dos famosos personagens das obras clássicas da literatura brasileira, inseridos em suas histórias de origem e, ainda, resguardando o estilo do autor do prototexto, Adriano atualiza, mescla, estiliza e dá continuidade às suas existências criando-recriando situações.
Miguilim, de Guimarães Rosa; Jeca Tatu, de Monteiro Lobato; a cachorra Baleia, de Graciliano Ramos; Ponciano, de José Cândido de Carvalho; Macunaíma, de Mario de Andrade; Bentinho e Capitu de Machado de Assis e João Ternura, de Aníbal Machado são despertados de suas obras fundadoras para viverem-reviverem, em seus mundos, novos enredos. Nas sete narrativas do livro, estão impressos o domínio, a técnica, o estudo, a pesquisa incansável que a obra exigiu, revelando o talento de Adriano e, principalmente, sua admiração pelas Belas Letras.

 Poesia Faz Pensar ( Para Gostar de Ler ) - "O que se esconde na engrenagem dos poemas? Como as palavras combinam suas mil faces secretas? No segredo dos poemas está a capacidade de fazer sentir. Mas não só. Bons poemas são capazes de fazer pensar. Muitas vezes, comovidos, esquecemos que por trás dos versos há racionalidade, intenção e lógica.
Esta antologia traz poemas de Carlos Drummond de Andrade, João Cabral de Melo Neto, Vinicius de Moraes, Fernando Pessoa e Luís de Camões, entre outros. Mais do que reuni-los, Poesia faz pensar decifra os poemas junto ao leitor, convidando-o a encaixar as pequenas peças que formam sua engrenagem e a perceber, sem preconceitos, que o raciocínio acompanha as grandes emoções que vivenciamos ao ler poesia."

Incidente em Antares -  Érico Veríssimo -  Em dezembro de 1963, uma sexta-feira 13, a matriarca Quitéria Campolargo arregala os olhos em sua tumba, imaginando estar frente a frente com o Criador. Mas logo descobre que está do lado de fora do cemitério da cidade de Antares, junto com outros seis cadáveres, mortos-vivos como ela, todos insepultos.
Uma greve geral na cidade, à qual até os coveiros aderiram, impede o enterro dos mortos. Que fazer? Os distintos defuntos, já em putrefação, resolvem reivindicar o direito de serem enterrados - do contrário, ameaçam assombrar a cidade. Seguem pelas ruas e casas, descobrindo vilanias e denunciando mazelas. O mau cheiro exalado por seus corpos espelha a podridão moral que ronda a cidade.  Em Incidente em Antares, Erico Verissimo faz uma sátira política contundente e hilariante que, mesmo lançada em 1971, em plena ditadura militar, não teve receio de abordar temas como tortura, corrupção e mandonismo. "Desta vez abri a veia da sátira e deixei seu sangue escorrer livre e abundantemente." - Érico Verissimo

O Ateneu - Raul Pompéia- Um dos mais inteligentes romances da literatura brasileira e obra mais conhecida de Raul Pompéia, O Ateneu narra a história de Sérgio, um garoto que com onze anos é levado pelo pai para um internato. Em uma recriação autobiográfica, o autor conseguiu como poucos captar os conflitos, constrangimentos e angústias do dia-a-dia no colégio interno.

Domínio Público ( Literatura em Quadrinhos ) - Autores como Guy de Maupassant, Esopo, Bram Stoker, Richard Middleton e Isaac E. Babel conduzem esta obra. Quadrinistas brasileiros dão à literatura universal um tom moderno e dinâmico. 'Domínio Público 2' procura comprovar a atualidade e originalidade das obras clássicas, compondo um panorama atual da produção de quadrinhos do Brasil.

 Desmundo ( Romance )  - Ana Miranda - Numa noite estrelada de 1555, chega ao Brasil, numa caravela, uma leca de órfãs mandadas pela rainha de Portugal para se casarem com os cristãos que aqui habitavam. A história dessas órfãs é contada por uma delas. Seu íntimo revela não apenas as aspirações e angústias de sua desamparada existência feminina, mas também a brutalidade do desmundo que a cerca, o encontro entre povos em guerra, o conflito entre seres diferentes, a intolerância religiosa, os terrores que encerra o desconhecido.

 Poemas Minimalistas - Simone Pederson - Como um gavião que rasga o céu com suas garras para ver o que tem do outro lado, o leitor poderá abrir a realidade e enxergar outra dimensão a cada poema minimalista, onde elegantes cigarras tocam jazz no jardim de inverno e formigas atletas nadam em gotas de orvalho pela manhã.

Recado de Primavera - Ruben Braga - Estas crônicas foram, em sua maioria, publicadas nos últimos anos na Revista Nacional e no suplemento dominical do Correio do Povo de Porto Alegre. A que deu título ao livro foi feita para a TV-Globo no primeiro aniversário da morte de Vinícius de Moraes. Este livro fala de coisas como a Rainha Nerfetite, a Revolução de 1932 em que ele foi correspondente de guerra antes de ir com a FEB para a Itália, o diário secreto de um cara subversivo, a mulher casada que sentia uma estranha vontade de navegar e o holandês que cortava pepinos no rio Guadalquivir.

 Poe - A vida brilhante e sombria de um gênio - Jordi Siebra i Fabra - Este livro pretende apresentar a vida de Edgar Allan Poe através de toda a sua dimensão humana, em especial as adversidades provenientes de sua genialidade. Procura mostrar que os escândalos, a miséria, a morte, a demência e sua genial obra atravessam os dias e as noites da vida do autor, marcada pela tragédia.  Jordi Sierra i Fabra elaborou um retrato vivo de Poe e sua literatura, que Alberto Vázquez ilustrou com exuberante beleza.

 O Lenhador - Catulo da Paixão Cearense - O poema"O lenhador", publicado em 1918 no primeiro livro de poesia de Catullo, Meu sertão, é para ser lido em voz alta, no estilo de um contador de causos. Esta edição, organizada por Chico dos Bonecos, traz a versão em linguagem sertaneja, como era declamado pelo autor, e outra em português formal. Prefaciada por Manoel de Barros, a obra acompanha outros poemas do autor, anotações biográficas, citações sobre sua obra e bibliografia consultada.

A Janela De Esquina do Meu primo - E.T.A. Hoffmann - O livro narra a história de um escritor inválido, preso em seu pequeno apartamento de esquina, cuja única abertura para o mundo é uma janela de onde ele observa toda a praça. Ao receber a visita de seu primo, os dois descrevem minuciosamente os tipos que frequentam e fazem suas compras na feira semanal na Gendarmenmarkt, principal praça de Berlim. O autor antecipa as questões urbanísticas e sociais das grandes metrópoles. A obra ainda traz ilustrações que recriam imagens de época e aparecem também recortadas nas margens do livro, como uma janela que se abre para a praça. O texto publicado postumamente, no mesmo ano de sua morte, apresenta pontos semelhantes à vida do autor, mas não é claramente autobiográfico.

 Bananas podres - Ferreira Gullar - Maior poeta brasileiro da atualidade, Ferreira Gullar apresenta neste livro, em textos manuscritos, uma reunião e seus poemas intitulados “Bananas podres”, acompanhados por uma série de pinturas e colagens inéditas feitas por ele especialmente para esta edição. “Embora já houvesse surgido antes a ideia de reunir os poemas sobre bananas podres num livro ilustrado, só recentemente fui levado a inventar este pequeno álbum. É verdade que, faz alguns anos, escrevi mais alguns poemas sobre o tema, mas o fator decisivo foi ter percebido que as folhas de jornal, que uso para limpar o pincel, lembravam, com suas manchas escuras, a cor das  bananas quando começam a apodrecer”, explica o poeta. O tema das Bananas acompanha a produção poética de Gullar desde os anos de 1970 e está ainda presente em seu último livro de poesia, Em alguma parte alguma, recentemente premiado como o melhor do ano na categoria pelo Jabuti. A infância em São Luís, a família, a passagem do tempo, a desordem e a tentativa de reter sensações estão presentes nesses poemas que refletem o melhor da poesia de Ferreira Gullar e suas próprias interpretações visuais sobre sua vida e expressão.

A Espada e o Novelo - Dionísio Jacob - A morte não detém a transmissão de histórias. É essa verdade que o escritor brasileiro Dionísio Jacob nos descortina no romance A espada e o novelo, lançamento de Edições SM, ao resgatar heróis gregos, como Jasão e Heracles, e a fundação mítica de Atenas. Com o “frescor de fonte antiga”, como o próprio autor intitula sua auto-apresentação, a mitologia grega teve fundamental papel na sua formação e produção literária.

 Carteira de Identidade -  Roseana Murray e Elvira Vigna - O livro reúne 57 poemas breves sobre assuntos diversos, gravitando em torno do tema existência/visão de mundo/identidade. Cada poema lembra uma fotografia que se olha demoradamente. Tem-se a impressão de que os poemas são partes de um caleidoscópio em que o jogo interno dos espelhos produz as mais diferentes sensações - que convergem para uma indagação sobre a própria identidade.

Magma - João Guimarães Rosa - Premiado em 1936 pela Academia Brasileira de Letras, este livro de Guimarães Rosa transformou-se quase numa lenda, permanecendo inédito desde então. Livro de estréia do escritor, os poemas contidos na obra foram conhecidos por poucos, inacessíveis a muitos e aguardados durante longo tempo, com uma existência quase clandestina. Na obra, mais de sessenta poemas resgatam a magia de João Guimarães Rosa.

A Estrutura da Bolha de Sabão - Lygia Fagundes Telles - Esta reunião de oito contos escritos por Lygia Fagundes Telles em épocas e circunstâncias diversas atesta não apenas a excelência da prosa da autora mas também a sua condição de notável "pesquisadora de almas", conforme a definiu o crítico Nogueira Moutinho.

A Morena da Estação - Ignácio de Loyola Brandão - Vocês vão ler um livro de amor aos trens que, talvez um dia, voltem a circular com passageiros por este Brasil. Memórias alegres, bem humoradas, com algum drama e suspense, a mostrar as mudanças do mundo, usos e costumes. Um tempo que existiu e que, às vezes, parece ficção. Mas há também atualidade, os dias de hoje, reencontros. Crônicas, contos, breves lembranças, boatos, lendas, curiosidades em torno dos trilhos, vagões, locomotivas, estações, trilhos e túneis. As delícias das viagens, os restaurantes e suas comidas, amores, a vida dos ferroviários, os trens noturnos, a solidão, os vendedores de revistas, as brincadeiras aventureiras nos trilhos. Reconstituo o clima, a atmosfera em que vivemos por muitos anos. Sempre se fala que os trens voltarão. Se voltarem, vocês já saberão algumas coisas sobre eles Os protagonistas destas histórias encontram-se, em geral, numa relação crítica com as pessoas e ambientes que os cercam - e também consigo próprios. Secretos podres familiares, desenganos amorosos, vocações frustradas, o desejo extraviado, nada é confortável nessas narrativas descontínuas, que alternam descrição objetiva, discurso indireto livre e fluxo de consciência, num autêntico tour de force literário. A vida, parece nos dizer a autora, é frágil, fugaz e misteriosa como uma bolha de sabão.

A Ilha  - Flávio Careiro - Um Rio de Janeiro cercado de água por todos os lados, habitado por moradores que anseiam fazer contatos com outros sobreviventes de uma catástrofe que levou todos os continentes para o fundo das águas. A cidade é agora uma pequena ilha, um pedaço do litoral carioca que teria se soltado durante a catástrofe. Nessa ilhota perdida no meio do oceano, pessoas e lugares começam de uma hora para outra a desaparecer, sem deixar vestígios. Assim é o cenário distópico de A ilha, o novo e intrigante romance de Flávio Carneiro, que fecha a Trilogia do Rio de Janeiro, iniciada com O campeonato e A confissão.
São três romances em que o Rio de Janeiro é referência para a movimentação dos personagens e que dialogam entre si e com alguns gêneros narrativos populares: o policial, no caso de O Campeonato; o fantástico, em A Confissão; e agora a ficção científica, em A ilha. Em todos eles, Flávio Carneiro faz uma homenagem à cidade, que se reinventa permanentemente e para a qual, mais do que nunca, os olhos do mundo estão voltados, e à própria literatura.
O Rio de Janeiro que surge em A ilha, no entanto, não perdeu sua cobertura natural para os edifícios. Os locais por onde passam os personagens lembram um Rio paradisíaco, da época do descobrimento, com suas florestas, rios, praias belíssimas, um mundo sem poluição, sem violência, e que de repente se depara com um novo e inusitado perigo.  O suspense é parte integrante da trama no momento em que começam a surgir nas praias misteriosas garrafas com mapas. Para onde apontam aqueles mapas é o que os moradores do que restou do Rio de Janeiro precisam descobrir. Narrado por um monge franciscano, que observa os acontecimentos na biblioteca do mosteiro e tenta identificar quem estaria por trás do envio das garrafas, A ilha se concentra em alguns personagens que buscam resolver o mistério de suas próprias existências, enquanto lutam para sobreviver.  Não faltam perguntas sem respostas no cotidiano tranquilo dos habitantes da ilha. As mães se preocupam quando os jovens insistem em nadar nas águas que podem tragá-los para o fundo, como acreditam que aconteceu com os desaparecidos; na delegacia, o encarregado das investigações policiais mostra-se atônito com o enigma das garrafas e os sucessivos desaparecimentos de pessoas que não deixam pistas ou vestígios. Com os mapas, há esperança de que o continente de onde a ilha se partiu ainda esteja lá, que não tenha sido levado pelas águas, como os outros. O que mais intriga os moradores, que planejam viajar de barco em busca do continente perdido, é por que os mapas têm sido lançados na direção de sua ilha.  Mais estranho que o desaparecimento de pessoas é o sumiço de casas, ruas, praças. De um momento para outro, a delegacia, o mercado, o cais simplesmente não estão mais nos lugares onde foram construídos. Não há sinais de desabamento, nem destroços. Aparentemente, tudo evapora, sem qualquer explicação. Só se tem certeza de uma coisa: a ilha está se movendo, provavelmente em direção ao continente de onde teria se originado.  É nesta cena pós-apocalíptica, cuja probabilidade de se tornar real, devido ao aquecimento planetário, vem sendo apontada pela comunidade científica, que se desenvolve este último clamor de vida do que seria uma cidade à beira-mar. Aos poucos, o leitor descobre quem é o povo que habita o que poderiam ser terras cariocas, que não têm apenas nomes semelhantes aos reais em comum com o Rio de Janeiro, mas, principalmente, um jeito todo especial de seus habitantes na luta pela sobrevivência diária.

50 Poemas - E um Prefácio Interessantíssimo - Mário de Andrade -  Com os cinquenta poemas que reunimos aqui, damos uma mostra representativa da obra poética de Mário de Andrade, um dos mais importantes e atuantes autores modernos brasileiros, responsável por uma verdadeira renovação estética em nossas letras. Apresentamos ainda neste volume o "Prefácio interessantíssimo " , texto que foi publicado em Pauliceia desvairada - no mesmo ano em que aconteceu a Semana de Arte Moderna - e se tornou emblemático do movimento modernista no Brasil, podendo ser lido também como uma espécie de manifesto da poesia andradiana.

Histórias Extraordinárias - Edgar Allan Poe - Edgar Allan Poe é um verdadeiro gênio! Criador de uma literatura inquietante, ele maneja como nenhum outro a arte de aguçar a curiosidade pelo imprevisto, pelo terror. Sempre numa atmosfera de suspense, esse escritor norte-americano do século XIX - que inventou o conto policial e o thriller psicológico - junta em suas narrativas elementos perturbadores como o sobrenatural, o fantástico e o insólito. Os contos, repletos de mistério, trazem detalhes minuciosos de sentimentos, lugares e personagens. E envolvem tão profundamente o leitor que este já não consegue escapar do extraordinário mundo de Poe.

Cala a Boca e Me Beija - Alcione Araújo - Consagrado dramaturgo e vencedor do prêmio Jabuti de 2005, pelo livro Urgente é a Vida, Alcione Araújo traz nesta obra uma seleção de 70 crônicas publicadas no jornal O Estado de Minas. O autor vai do cotidiano ao fabuloso, num texto que flui da narração à abstração com maestria. Casos do Rio, do seu mineiro Leblon e do mundo são contados com a agudeza de um poeta, mas nenhuma observação ou palavra é escolhida ao acaso, o que faz com que o leitor se veja sempre dentro de sua crônica.

 Nietzsche( HQ )  - Onfrey e Leroy - Um resumo da biografia de Nietzsche em HQ.
Confissões de Minas - Carlos Drummond de Andrade - Publicado originalmente em 1944, primeiro livro em prosa do poeta mineiro, foi incluído na edição da Obra completa e nunca mais ganhou a forma de volume independente. A edição da Cosac Naify restaura volume independente que reúne textos escritos entre os anos 1920 e 1940, acompanhado de textos críticos de Antonio Candido, Sérgio Milliet e Lauro Escorel. Neste livro, o escritor da grande poesia de A rosa do povo e Claro enigma faz prosa da melhor qualidade e de diferentes maneiras. O romancista Cyro dos Anjos, amigo de Drummond, comentou à época do lançamento: “não acredito que se encontrem páginas mais belas na língua portuguesa”. Em Confissões de Minas Drummond se confessa por intermédio da poesia e do modo de ser de outros escritores, e também ao falar de suas origens e da paisagem humana com a qual se solidariza no anonimato da metrópole. A prosa deste livro se alimenta do “sentimento do mundo”, ou seja, das grandes correntes históricas de sua época, marcada pela transformação do Brasil rural em urbano-industrial, pela crise de 1929, pela ascensão de nazismo e comunismo, culminando na Segunda Guerra Mundial. Um Drummond menos conhecido mas não menos fundamental. 

A Poesia do Nome - Maria Viana - Um nome feminino pode ter diferentes representações de acordo com as várias escolas literárias.  Beatriz, Cleópatra, Dulcineia, Helena, Julieta, Laura, Lídia, Marília, Ofélia e Salomé foram os nomes escolhidos para compor essa antologia com poemas de Fernando Pessoa, Paul Verlaine, Apolinaire, Petrarca, Heine, Bocage, Álvares de Azevedo, Olavo Bilac, Machado de Assis, entre outros.  Vários artistas plásticos também criaram obras de arte a partir do nome dessas mulheres reais ou imaginárias. Por isso, foram usadas reproduções de algumas pinturas inspiradas nesses nomes femininos para ilustrar esta antologia. Mostra de que a poesia de um nome pode ser expressa por meio de palavras, sonoridades e cores.

Poemas de Ouvido - O Renato Rocha - O Renato Rocha que assina esse livro, apesar de já ter feito teatro, não é o teatrólogo Renato Rocha; nem o baixista da extinta Legião Urbana; nem o Renato Rocha guitarrista dos Detonautas; nem o Renato Rocha locutor e baixo-cantante; nem o resenhista literário; nem o especialista em agricultura; nem o jurista do mesmo nome; mas, sim, o Renato Rocha compositor e letrista autor de A lua, O verbo flor e outras canções infantis , e também co-autor, em parceria com Geraldo Azevedo, de Inclinações Musicais, Dia Branco, Bicho de Sete Cabeças e outras composições já incorporadas ao nosso cancioneiro, interpretadas por, entre outros, Nara Leão, Roberto Menescal, MPB4, Daniela Mercury, Emilio Santiago, Simone, Ney Mato Grosso, Zeca Baleiro e o próprio Geraldo Azevedo. Este é o seu primeiro livro de poemas.

103 - Os Pastores da Noite - Jorge Amado - Escrito às vésperas do golpe militar de 1964, este romance modelar se constrói em três partes autônomas, interligadas por personagens comuns: prostitutas, boêmios, vigaristas, a comunidade notívaga de Salvador, com suas leis e valores próprios: o culto à cachaça, o ódio à polícia, o horror ao trabalho.Na primeira parte, o cabo Martim, craque dos baralhos marcados e dos dados viciados, sedutor cobiçado, aparece com companheira fixa e planos de constituir um lar. A notícia cai como uma bomba entre os pastores da noite. A segunda narrativa trata do batizado do filho de Massu, negro musculoso que ganha a vida fazendo pequenos fretes. O padrinho do menino é o próprio Ogum, e assim o batizado mobiliza a noite da cidade, embaralhando candomblé e catolicismo. Na última parte, a ocupação do morro do Mata Gato por desabrigados desencadeia um conflito social e político. O dono do terreno recorre à polícia, mas entram em cena outras forças e interesses: autoridades governamentais, imprensa corrupta, banqueiros do jogo do bicho.O romance foi levado ao cinema em 1976 pelo francês Marcel Camus, e em 1995 a segunda parte do livro virou a minissérie de tevê O compadre de Ogum.

104 - Eu Fui a Melhor Amiga de Jane Austen - Cora Harrisson - Chega ao Brasil o livro: "Eu fui a Melhor Amiga de Jane Austen" da autora Cora Harrison. A história tem o objetivo de introduzir os mais jovens ao empolgante mundo dos livros de Jane Austen. O livro traz uma combinação entre fatos históricos e ficção, apresentando a relação entre as adolescentes Jane Austen e sua prima Jenny Cooper.

105 - A Chegada - Shaun Tan -  É a história de um imigrante, como tantos outros, que deixa sua terra natal buscando melhores condições de sustento para sua família. Chegando a um novo e extraordinário país, precisa aprender a decifrar idiomas e costumes.Em sua jornada, conhece outros imigrantes, cada um contando o passado que os trouxe até ali.

106 - João do Rio- Uma Antologia - Luís Martins -  Luís Martins foi o pseudônimo mais constante de João Paulo Alberto Coelho Barreto. Com esta antologia de crônicas, reportagens e contos, o organizador - e outro grande cronista das ruas cariocas - Luís Martins mostra por que João do Rio se transformou no escritor mais popular de seu tempo, revolucionou a maneira de se fazer jornalismo e entrou para a Academia Brasileira de Letras numa idade em que a maioria lança o livro de estréia. Com nítidos retratos da miséria, da marginalidade, da boemia e das figuras características que cambaleavam por aquelas calçadas, os textos presentes em João do Rio, uma antologia são testemunhos literários do Rio de Janeiro do começo do século passado. Dividido entre 'Crônicas e reportagens' e contos, 'João do Rio - Uma Antologia' compila o melhor da produção do escritor.

 Essencial - Franz Kafka - Aprisionado à sufocante existência burguesa a que as convenções familiares e sociais o obrigavam, Franz Kafka (1883-1924) chegou certa vez a afirmar que “tudo o que não é literatura me aborrece”. Muitas narrativas que compõem o cerne da obra kafkiana se originaram da forte sensação de deslocamento e desajuste que acompanhou o escritor durante toda a sua curta vida. Apesar de seu estado fragmentário, o espólio literário de Kafka - publicado na maior parte em edições póstumas, graças à generosa traição de Max Brod, que se recusou a destruí-lo conforme a vontade do amigo - é considerado um dos monumentos artísticos mais importantes do século XX. Esta edição de Essencial Kafka reúne em um único volume diferentes momentos da produção do autor de O processo. As traduções consagradas de Modesto Carone, realizadas a partir dos originais em alemão, permitem que clássicos como A metamorfose, Na colônia penal e Um artista da fome sejam lidos (ou relidos) com fidelidade ao estilo labiríntico da prosa kafkiana.  Além disso, esta edição traz 109 aforismos e uma introdução assinada por Modesto Carone, também responsável pelos comentários que antecedem os textos.

O Médico e o Monstro ( HQ ) - Robert Louis Steveson e Jason Ho -  "Afinal de contas, pensei, eu era como meus semelhantes; e depois sorri, comparando-me com outros homens, comparando a minha boa vontade ativa com a preguiçosa crueldade de sua negligência."
Um fato inesperado altera o ritmo calmo das ruas de Londres: alguém abre a porta dos fundos da residência de Henry Jekyll. A partir desse momento, o cotidiano se confunde como inexplicável, o secreto, o sobrenatural. Quem é o sinistro Edward Hyde, e o que o une ao respeitável Dr. Jekyll? Duas personalidades opostas disputam a alma de um homem.
Um romance magistral de Robert Louis Stevenson. Uma história que nos envolve intimamente.

 Infâmia - Ana Maria Machado - Em Infâmia, romance inédito de Ana Maria Machado, a escritora questiona os artifícios e as calúnias que com tanta frequência encobrem a verdade no mundo atual. O romance narra duas histórias em paralelo, centradas numa família de diplomatas e seus amigos mais próximos. Manuel Serafim Soares de Vilhena é um embaixador aposentado, patriarca de uma família bem-sucedida de diplomatas. Com problemas de visão, aguarda o agendamento de uma cirurgia. Enquanto isso, Camila, a filha de um casal de amigos, o visita com frequência, para ajudá-lo a ler livros e jornais. Tudo parece bem na casa dos Soares de Vilhena. Mas o aparecimento de um envelope com documentos antigos traz à tona os fantasmas que há tempos assombram a família. Na pasta, há fotos e fragmentos de textos de Cecília, filha do embaixador, que morreu anos antes em circunstâncias misteriosas.
Mas esse não é o único núcleo narrativo do romance: o embaixador recebe também as visitas de Jorge, um fisioterapeuta jovem, cujo pai, que trabalha numa repartição pública, é acusado injustamente de participar de um esquema de corrupção. Aos poucos, eles se verão presos a uma rede de falsas acusações, num turbilhão kafkiano que só pode levar à tragédia.
Em Infâmia, Ana Maria Machado entrelaça fatos da história recente do Brasil em que a verdade, em meio a distorções e calúnias, nem sempre prevalece. O resultado é um livro coeso sobre as múltiplas faces da realidade nos dias de hoje.

 Chica, Sinhá! - Carlos Alberto de Carvalho - A casa assombrada era o seu refúgio. Pouco saía e gostava de permanecer à janela. Olhava o jardim, os morros e montanhas distantes. Um olhar à procura, Chica queria não lembrar o período feliz ao lado de João Fernandes. Constituíra com o Contratador uma família, uma união que durou dezessete anos e na qual tiveram treze filhos. O último, José Agostinho, ainda disputava os peitos da mãe com a irmã. Chica da Silva, vez por outra, sentia tão forte saudade de João Fernandes que permanecia sentada, diante da janela, por horas a fio. Não queria pôr ordem na vida doméstica; não queria saber dos problemas das prioridades, sobre os escravos. sobre os contratos e administração na Casa do Contrato, não, não queria saber...

Otelo ( Shakespeare em HQ ) - Jozz e Akira Sanoki - O trágico amor de Otelo e Desdêmona, envolvido pelas intrigas do traiçoeiro Iago, surge com toda força nesta HQ intensa e dramática. Uma história que irá te envolver da primeira à última página!

Contos de Terror e Mistério - Edgar Allan Poe -  Edgar Allan Poe é o mestre do conto e das histórias de terror, mistério e investigação. Este livro reúne quatro textos do autor norte-americano, adaptados em português e inglês: A caixa retangular, O último pulo do sapo, O gato preto e Os crimes da rua Morgue. Tratam-se de narrativas que impressionam pela criatividade, pelo clima de suspense e pela capacidade analítica dos personagens de cada trama. São histórias misteriosas, envolventes e que mostram todo o talento de Poe na arte de escrever contos, reunidas neste livro com versões em duas línguas diferentes.

 Cachorro Velho  - Teresa Cárdenas - Ao final do século XIX a escravidão ainda é uma realidade em Cuba, um dos mais importantes destinos do tráfico de escravos e de plantações de cana de açúcar.Tirado dos braços de sua mãe ao nascer, Cachorro Velho não conheceu outra vida além da servidão em uma plantação de açúcar. Seu nome foi dado pelo capataz da plantação porque, como os perdigueiros que perseguiam os escravos fugidos, Cachorro Velho está sempre buscando o cheiro de sua mãe.O romance Cachorro Velho oferece um relato realista do ponto de vista deste velho negro cubano. A história se refere constantemente às memórias de seus 70 anos como escravo. Através dessas lembranças o leitor vislumbrará o horror e desespero da vida de alguém que experimentou sucessivas perdas e a brutalidade dos senhores de escravos.Cachorro Velho permite ao leitor compreender um ser humano que reluta em se entregar ao amor e que, quando confrontado com uma possibilidade de fuga, descobre finalmente a possibilidade de amar, sentindo-se livre. Ganhador do Casa de las Américas, a mais alta honra literária de Cuba e um dos prêmios mais importantes do mundo.

Leonardinho - Memórias do Primeiro Malandro Brasileiro (HQ )  - Walter Pax - Leonardo está de volta. Apesar da farda de sargento de milícias, suas confusões ainda agitam o Rio de Janeiro patrulhado pelo Major Vidigal. Esta sequência imaginária da obra Memórias de um sargento de milícias se apresenta fiel ao espírito bem-humorado das aventuras criadas por Manuel Antônio de Almeida. O que teria acontecido com os personagens do famoso romance brasileiro, anos após o casamento dos protagonistas Leonardo e Luisinha? Ainda no tempo do rei, a vida dos moradores do Rio de Janeiro teria sido colocada de pernas para o ar pelas malandragens de Leonardinho, o filho de Leonardo Pataca? A resposta desta e de outras perguntas está aqui, no texto ficcional de Vicente Castro e nas linhas firmes e harmônicas de Walter Pax. Perseguições, amores, intrigas e risadas se dirigem a uma fatídica noite de quinta-feira, quando quase tudo pode acontecer. O universo carioca do autor funde-se à atmosfera de detalhes claro-escuros do quadrinista para criar uma história vibrante e surpreendente.

Contrafeito - Juliano Ribas - Contrafeito, primeiro romance de Juliano Ribas, traz as vozes de frequentadores dos mais diversos círculos sociais – políticos, milionários, ladrões, mendigos, prostitutas, assassinos, fronteiriços – e arremessa o leitor, com sua prosa dinâmica, bem humorada e surpreendente, no turbilhão interior do personagem principal, Charles Rodrigo, que opta pela escalada social por meios ilícitos sem nunca saber, no entanto, exatamente o que busca. O romance, explica o autor, curitibano que vive em São Paulo, “é fruto de observação, memórias, vivências e alguns delírios. Claro que alguns autores de que gosto Em Trânsito - No caminho entre a casa e o trabalho o poeta recolhe cenas corriqueiras, como a draga escavando o leito do rio ou os passageiros esperando o trem - são poemas que transmitem a consciência constante de estar no mundo em companhia - e de partilhar a experiência dessa travessia com a multidão de desconhecidos, uma multidão que de repente entra em foco. estavam sempre por perto, empilhados ao lado do teclado”.

Em Trânsito - Alberto Martins - No caminho entre a casa e o trabalho o poeta recolhe cenas corriqueiras, como a draga escavando o leito do rio ou os passageiros esperando o trem - são poemas que transmitem a consciência constante de estar no mundo em companhia - e de partilhar a experiência dessa travessia com a multidão de desconhecidos, uma multidão que de repente entra em foco.

Poemas, sonetos, baladas & Pátria Minha - Vinicius de Moraes - Este volume reúne dois altos momentos da obra de Vinicius de Moraes. Poemas, sonetos e baladas, publicado em São Paulo em 1946, é, provavelmente, o mais importante e o mais belo livro do poeta. A primeira edição foi de apenas 372 exemplares, numerados tipograficamente e assinados pelo autor, e ilustrado com 22 desenhos de Carlos Leão. Desde então, o livro não voltou às livrarias, ainda que vários de seus poemas tenham sido reproduzidos em diversas antologias e se celebrizaram, como "Soneto de fidelidade", "Soneto do maior amor", "Balada do Mangue", "Balada das meninas de bicicleta", "Poema de Natal", "O dia da criação" e "Soneto de separação", entre outros. O leitor tem em mãos, agora, todos os poemas - com os textos rigorosamente fixados - bem como as históricas ilustrações de Carlos Leão.  Acrescentou-se a Poemas, sonetos e baladas um único poema, o emocionante Pátria minha, que apareceu como um pequeno livro, em 1949, numa edição de cinqüenta exemplares, feita por João Cabral de Melo Neto em sua prensa manual quando morava em Barcelona, sob o selo O livro inconsútil.
O volume se abre com um caderno de imagens - muitas delas inéditas - que situam histórica e biograficamente os livros, com a reprodução de fotos e manuscritos. Ao final, o leitor encontrará um precioso conjunto de textos críticos, entre eles um posfácio de José Miguel Wisnik, escrito especialmente para esta edição.  

O Menino Grapiúna - Jorge Amado - No sul da Bahia, o menino Jorge Amado testemunhou o nascimento de cidades, as guerras pela posse da terra, o florescimento de uma cultura e de uma mitologia. Nesse mundo rude conturbado, de muita vitalidade e quase sem lei, forjaram-se a sensibilidade e os valores do futuro escritor. Esse processo de formação, entre jagunços, coronéis, malandros e prostitutas que serviriam de modelo a muitas de suas criações literárias, o autor evoca aqui com as cores vivas e o humor caloroso a que estão habituados seus leitores. São personagens inesquecíveis, como o aventureiro tio Álvaro Amado, que o levava às mesas de jogatina e aos bordéis; o jagunço José Nique e o padre Cabral, que apresentou ao pequeno Jorge as Viagens de Gulliver e os livros de Charles Dickens.
Jorge Amado também adquiriu nesses primeiros anos seu inquebrantável amor pela liberdade, sobretudo quando se viu privado dela, ao ser enviado a um internato jesuíta. Não por acaso, estas breves memórias se encerram com a fuga espetacular do internato: "Fugi no início do terceiro ano, atravessei o sertão da Bahia no rumo de Sergipe, iniciando minhas universidades". O aprendizado elementar da vida já estava completo, e é ele que Jorge resgata neste livro encantador, publicado originalmente em 1981.

Uma Ilha no Oceano - Annika Thor - É o verão de 1939. Duas irmãs judias, vindas de Viena, são enviadas à Suécia para escapar do terror nazista. Elas acreditam que ficarão com as famílias adotivas apenas por seis meses, até que seus pais possam fugir da Áustria e levá-las para a América. Mas, como a guerra se torna cada vez mais cruel, as meninas permanecem esperando, numa afastada ilha de pescadores na costa oeste da Suécia. A mais novas, Nelli, rapidamente absorve os costumes de sua nova casa. Contente com a família que a acolheu, logo prefere usar o sueco à sua língua materna, o alemão. Nelli Steiner consegue conviver bem com a nova realidade. A irmã mais velha, porém, tem dificuldades para se adaptar. Steffi se sente excluída e sua mãe adotiva é tão fria, indiferente e alheia quanto a ilha inacessível que vivem. Além disso, a menina pensa constantemente nos pais, ainda em perigo na Áustria, e se pergunta se voltará a vê-los algum dia. Best seller em seu país de origem, Uma ilha no oceano foi o primeiro romance de Annika Thor. Transformado em uma popular série de televisão, com roteiro da própria autora, é um tocante relato de sobrevivência e superação.

Mar de Histórias ( O Realismo ) - Aurèlio Buarque e Paulo Rónai -  A obra completa da coleção Mar de Histórias, antologia do conto mundial é composta de 10 volumes independentes, contém nada menos que 239 contos escolhidos entre os melhores de 192 autores pertencentes a 41 literaturas. Foi empreendida há mais de quarenta anos por Aurélio Buarque de Holanda Ferreira e Paulo Rónai. O material está disposto por ordem cronológica da publicação dos contos. Cada um deles é precedido de uma introdução que o situa na obra de seu autor e na respectiva literatura. Notas abundantes facilitam a compreensão dos textos.

Esse Inferno Vai Acabar - Humberto Werneck -  “Em Minas Gerais não acontece nada, mas o pessoal se lembra de tudo”, avisa o autor numa das crônicas deste livro. Não é brincadeira, e talvez por isso mesmo existam tantos escritores mineiros entre os grandes cronistas do país. Naquela frase, que não é só de efeito, está escondida uma das mais delicadas definições do gênero em que Fernando Sabino e Paulo Mendes Campos foram mestres. O não acontecimento – o fato comezinho, a miudeza, a situação cotidiana – é a matéria-prima da crônica. Mas é a memória que, ao retirar do passado e reinventar essas pequenas histórias, dá a graça e a beleza que as transformam em arte. Como bom mineiro, e ainda melhor cronista, Humberto Werneck lembra de tudo. Da tristeza pelo cancelamento (justificado) de uma aguardada festa de aniversário na infância à alegria de presenciar a histórica inauguração de Brasília. Nesta coletânea, Werneck ainda reúne uma galeria de tipos difíceis de esquecer: Solange, a prima que adora falar difícil; Dona Alzira, que bolou um escudo de eucatex para se defender de um tarado munido de raio laser; e Samuel, que está de novo com a conversa de que o mundo vai acabar. Humberto Werneck é um contador de histórias como poucos. Ele narra com o ritmo preciso e o humor refinado que o tornaram conhecido como um dos melhores textos do jornalismo brasileiro. Como cronista, alia a capacidade de observação ao talento com as palavras. O resultado, que pode ser conferido nas 44 crônicas deste livro, é uma conversa que revela a humanidade dos personagens e do próprio autor.

Obra Completa - Murilo Rubião - Sucesso de vendas na década de 1970, Murilo Rubião se aventurou no universo do fantástico mesmo sem conhecer Franz Kafka e antes de o gênero ficar em voga entre os escritores latino-americanos. Além de precursor — seus contos foram escritos, em sua maioria, entre os anos 1940 e 1960 —, Rubião é mestre em fazer o absurdo penetrar na realidade cotidiana, subvertendo-a e lançando novos olhares sobre temas consagrados da literatura, como o desejo, a morte, o amor e a falta de sentido do mundo moderno. Esse fantástico está presente em todos os contos e é intensificado pela falta de espanto dos narradores e das personagens diante das situações extraordinárias que presenciam e por uma linguagem objetiva e precisa. Para obter o perfeito equilíbrio entre essas dimensões, Rubião acabou se tornando um autor que preferiu reescrever seus textos à exaustão a publicar uma obra extensa. Assim, ao longo da vida, selecionou para serem lançados em livros apenas os 33 contos — verdadeiras pérolas literárias — que compõem esta antologia.

Paisagem - Lygia Bojunga - Este livro traz uma narrativa que entrelaça os dois momentos do processo de escrever uma história: o da criação (papel do autor) e o da "re"-criação (papel do leitor). Para tecer essa relação, a autora Lygia Bojunga cria o personagem Lourenço, um jovem que se corresponde com a escritora que ele mais admira.

 Caninos  ( Antologia do vampiro literário ) - Bruno Berlendis de Carvalho -  Esta antologia traz alguns momentos do vampiro nas letras ocidentais - seu surgimento e suas metamorfoses. Nesta obra, o leitor acompanhará o trajeto desta criatura através de - Dom Calmet, Ossenfelder, Goethe, Coleridge, Lord Byron, Polidori, Charles Nodier, E.T.A. Hoffmann, Mérimée, Gógol, Gautier, Baudelaire, Le Fanu, Sacher-Masoch, Guy de Maupassant, Bram Stoker e outros mais. Um retrato do vampiro, sua história, seus amores, seus perigos.

Contos de Piratas - Arthur Conan Doyle - Contos de piratas reúne seis narrativas curtas representativas da parte mais vasta e menos conhecida da ficção de Arthur Conan Doyle. Ainda que não pareça, só uma pequena porção da sua obra envolve o personagem que se tornou maior que o autor, Sherlock Holmes. Esta, entretanto, é apenas uma das faces da sua produção. Contos de piratas faz parte dessa produção mais vasta. Lançada originalmente em 1922, a coletânea reúne histórias editadas para as revistas de ficção e ntretenimento da época. Todas têm formato e tamanho semelhantes e são narradas com um realismo quase jornalístico, uma ficção construída a partir de dados concretos. As histórias se estruturam pela exploração de um cenário através de episódios. A escolha da pirataria como tema provavelmente contou com sugestões ou comentários de seu amigo e parceiro da vida inteira, o baronete James Matthew Barrie (1860--1937), que, anos antes, lançara Peter Pan, criando um personagem seminal na imaginação popular, o inesquecível capitão Gancho, talvez o pirata ficcional mais conhecido do século XX. Contos de piratas também desmistifica o romantismo fantasioso associado à pirataria pela arte e cultura ocidentais a partir do século XIX. Sharkey não é nenhum galã alegre e namorador como Errol Flynn e outras celebridades dos filmes de Hollywood. Os piratas de Conan Doyle representam justamente o oposto, a escória da escória da criminalidade, homens desnorteados pelas guerras, patologicamente brutais e destrutivos.

 Contos Antológicos - Roniwalter Jatobá -  O contista, romancista e cronista Roniwalter Jatobá retrata o trabalho e o trabalhador da cidade brasileira que é reconhecido como fundamental nessa literatura. A vida sofrida desta classe, formada por legiões de migrantes, é o universo que Jatobá recriou com sensibilidade e talento.

Éramos Seis - Maria José Duprê -  Uma manhã ensolarada na capital paulista, no começo da década de 1940. Dia banal, como outro qualquer, mas não para D. Lola: ela observa, pelo lado de fora, a casa onde morou durante anos com a família e que já não é mais sua. Quem habitará esse espaço agora? Como estarão os cômodos, outrora velhos conhecidos?
Seus devaneios reacendem episódios que ela guarda como relíquias, Emolduradas por fatos históricos que pontuaram as primeiras décadas do século XX, essas memórias evocam os sacrifícios e as conquistas passados ao lado do marido e dos filhos. Uma narrativa comovente que aviva nos leitores o valor dos momentos transitórios da vida.

 Minha Guerra Alheia - Marina Colasanti - Uma cena de guerra dá início a este livro e à vida de Marina Colasanti . Diante de um altar ao ar livre rodeado por soldados e metralhadoras, casam-se os seus pais. O noivo, fardado, está prestes a partir para mais uma etapa da conquista colonial italiana na África. Será na África, em Asmara, capital da Eritréia, que a escritora nascerá dois anos mais tarde. Este não é apenas um livro de memórias, é um documento. Jornalista com fecunda trajetória em jornais e revistas, Marina alia suas lembranças a um intenso trabalho de pesquisa para traçar, através da saga familiar, o retrato de uma época e do conflito que abalou o mundo.Depois de Asmara, Tripoli, na Líbia. A vida na colônia é efervescente: caçadas, corridas de automóveis, festas sob as tendas iluminadas por archotes. Mas o sonho seria de curta duração. Com o início da Segunda Guerra e a volta para a Itália, será necessário enfrentar novos tempos. O pai fascista, o avô historiador da arte, o tio figurinista, uma cena de ópera, cartas do poeta d' Annunzio, uma filmagem em Cinecittá, se entrecruzam com o avanço dos aliados, a falta de gêneros, um ato de espionagem, o medo e a insegurança. Este livro entusiasmante que se lê como um romance, nos revela mais uma faceta dessa escritora já consagrada em ficção, ensaio e poesia.

Escrevendo no Escuro - Patrícia Melo - Em seu primeiro livro de contos, a escritora e roteirista Patrícia Melo demonstra a mesma riqueza na construção das tramas e personagens que caracteriza seus romances e novelas, e, com seu humor ácido, volta ao tema ao qual tem se dedicado: nossa perplexidade diante da morte. A escritora Cecília é a linha unificadora que atravessa a obra, ilustrando a agonia que acompanha o ato da criação e a luta dos autores para manter o controle de seus personagens, que amiúde assumem os próprios destinos e personalidades, desafiando o leitor a distinguir ficção dos fatos, fantasia e alucinação do que é real.

 Sentimento do Mundo  - Carlos Drummond de Andrade - Publicado em 1940, Sentimento do mundo permanece, tantos anos depois, ainda um dos livros mais celebrados da carreira de Drummond. Não é para menos: o livro enfileira poemas clássicos como “Sentimento do mundo”, “Confidência do Itabirano”, “Poema da necessidade” - é possível que versos do livro inteiro tenham sido impressos no inconsciente literário brasileiro, tamanha é sua repercussão até hoje. Já estabelecido no Rio e observando o mundo (e a si mesmo) de uma perspectiva urbana, o Drummond de Sentimento do mundo oscila entre diversos pólos : cidade x interior, atualidade x memórias, eu x mundo. Perfeita depuração dos livros anteriores, este é um verdadeiro marco - e como se isso não bastasse, é o livro que prepara o terreno para nada menos do que A rosa do povo (1945). Por isso a ênfase, ao longo de todo o livro, na vida presente.

 O Trono da Rainha Jinga - Alberto Mussa - Rio de Janeiro, século XVII. Uma onda de inexplicável violência, atribuída a uma irmandade secreta de escravos criminosos, traz pânico à cidade. Aliando a técnica ágil das tramas de mistério a uma linguagem de precisão artística, este livro faz um grande passeio pelo Rio Antigo, dos solares às senzalas, dos largos cheios de gente às vielas escuras. Como cada capítulo é narrado por um personagem, com visões diferentes da história, o desfecho é ainda mais imprevisível.

 O Mágico de Oz  - L. Frank Baum - Um espantalho sem cérebro. Um leão sem coragem. Um homem de lata sem coração. São esses os mais novos amigos de Dorothy, depois de ela ter sido levada por um furacão até ao país do Mágico de Oz. Uma fabulosa viagem, repleta de aventuras, nas quais todos os sonhos se tornam realidade...

Não à Ditadura - Victor Jara - Em 11 de setembro de 1973, o golpe de estado liderado por Augusto Pinochet derrubou o governo de Salvador Allende. O resultado foi a destruição de tudo o que havia de democrático no Chile, desde o parlamento e jornais da oposição às universidades públicas e centros culturais. Com a extinção dessas organizações, pretendia-se exterminar a memória do país, da sua cultura e da sua história.
O livro de Bruno Doucey apresenta a vida e a luta de um dos militantes contrários ao governo autoritário. Víctor Jara não precisou pegar em armas, mas encontrou na música uma forma de protesto para combater as injustiças e a violência. Suas canções revelavam a brutalidade do regime militar, e Jara não se intimidava em cantá-las em público. Essa atitude lhe gerou muitos inimigos, que, logo após o golpe de estado, a prisão e a morte do compositor.
“As músicas e a cultura em geral tiveram papel importante na resistência às ditaduras, porque o povo se sensibiliza facilmente com elas, que muitas vezes levam mensagens bastante críticas ao poder ditatorial”, escreve o cientista político Emir Sader, no prefácio deste livro.
Sobre o autor - Bruno Doucey nasceu na França em 1961. Editor, poeta e escritor, ele faz de seus livros uma forma de combater as injustiças. 

Anjos da Umbria - Sérgio Maranhão -  Anjos da Umbria é um mergulho na alma do povo brasileiro. Um livro arrebatador, no qual os personagens emergem diante de nossos olhos como verdadeiros fantasmas esquecidos pelo tempo, trazendo consigo o pulsar de um universo sombrio onde o drama humano toma o lugar do cotidiano. Mas, por trás da ficção, espreita-nos a realidade dos despossuídos, deserdados pela vida e jogados em algum canto destes, tantos brasis. Sérgio Maranhão tem a propriedade de desnudar seus personagens, penetrando no âmago das suas consciências em busca de seus sentimentos mais profundos. Sua prosa é envolvente, instigante, sem contudo deixar falecer o espírito cientifico que remete o leitor a uma reflexão constante sobre a vida.

A Filha do Escritor ( Romance )  -  Gustavo Bernardo - O enredo do livro se desenvolve através de referências à obra de Machado que corroboram a versão da paciente. Aos poucos, envolvido pela paciente, o médico começa a questionar-se sobre a real natureza de sua fantasia. Perseguido por déjà-vus - mais comumente associados aos processos mentais dos pacientes do que aos raciocínios médicos -, Joaquim vê-se seduzido e enredado entre os limites da doença psiquiátrica e da memória, que reconstrói e transforma a realidade.

 Branca como Leite , Vermelha como Sangue - Alessandro D'Avenia - Chega ao Brasil "Branca como o Leite, Vermelha como o Sangue", de Alessandro D’Avenia, o romance sobre o ano mais intenso na vida de um jovem, em que ele aprende a lidar com os próprios sentimentos e, consequentemente, com seu amadurecimento. Leo é um garoto de dezesseis anos como tantos: adora o papo com os amigos, o futebol, as corridas de motoneta, e vive em perfeita simbiose com seu iPod. As horas passadas na escola são uma tortura, e os professores, “uma espécie protegida que você espera ver definitivamente extinta”. Apesar de toda a rebeldia, ele tem um sonho que se chama Beatriz. E, quando descobre que ela está terrivelmente doente, Leo deverá escavar profundamente dentro de si, sangrar e renascer para a vida adulta que o espera. Um traço interessante na narrativa de D’Avenia é a técnica de utilizar cores para descrever os sentimentos e as sensações do menino Leo; por exemplo, o branco, sinônimo de solidão e silêncio: “O silêncio é branco. Na verdade, o branco é uma cor que não suporto: não tem limites. (...) Ou melhor, o branco não é sequer uma cor. Não é nada, é como o silêncio.” (p. 10) O leitor perceberá a transformação de um garoto com todas as características da juventude – rebelde, egoísta, egocêntrico – numa pessoa madura e responsável. Essa mudança começa a ser percebida quando Leo deixa de jogar o jogo decisivo do campeonato de futebol para cuidar de sua amiga doente. A convivência despertará nele o sentimento de cumplicidade e do verdadeiro amor, promoverá o debate do que é realmente o sonho e mostrará que, no crescimento emocional, é importante a presença de um orientador, um mentor.Branca como o leite, vermelha como o sangue não é apenas um romance de formação ou uma narrativa de um ano de escola: é um texto corajoso que, por meio do monólogo de Leo – ora descontraído e divertido, ora mais íntimo e atormentado –, conta o que acontece no momento em que, na vida de um adolescente, irrompem o sofrimento e o pesar, e o mundo dos adultos parece não ter nada a dizer.

 Lavoura Arcaica -  Raduan Nassar - "Lavoura Arcaica" é um texto em que se entrelaçam o novelesco e o lírico, por meio de um narrador em primeira pessoa - André, o filho encarregado de revelar o avesso de sua própria imagem e, conseqüentemente, o avesso da imagem da família. É sobretudo uma aventura com a linguagem: além de fundar a narrativa, a linguagem é também o instrumento que, com seu rigor, desorganiza um outro rigor, o das verdades pensadas como irremovíveis. Lançado em dezembro de 1975, Lavoura arcaica foi imediatamente considerado um clássico, uma revelação, dessas que marcam a história da nossa prosa narrativa , segundo o professor e crítico Alfredo Bosi.

 Lumes ( Uma Antologia de Haicais ) - Pedro Xisto -  Pedro Xisto (1901-1987), mais conhecido por sua contribuição – com poemas lápides – ao movimento da poesia concreta brasileira, realizou também uma extensa e notável produção de haikai (ou haiku), a partir do modelo de poema japonês imortalizado por bashô no século XVII. Embora se liguem à tradição, os haikais de Pedro Xisto apresentam características peculiares: o autor apropria-se da forma tradicional para criar poemas afinados com a sua visão de poesia voltada à máxima síntese e a construção de relações que armam um todo consistente e coeso.Para ler plenamente os haikais desta antologia, será preciso vê-los e ouvi-los de modo “a apalpar”, “pesar”, “degustar” as palavras, os versos, o conjunto: tudo nesses breves poemas contribui para que eles se tornem verdadeiras “figuras” que se delineiam diante de nossos sentidos, com diferentes e complementares dimensões de significado.

Instruções para Salvar o Mundo - Rosa Montero -  Num cenário de subúrbio, onde a noite reclama o seu território e os fantasmas reivindicam o seu espaço, um taxista viúvo que não consegue superar a perda da mulher, um médico desiludido, uma cientista anciã e uma belíssima prostituta africana sedenta de vida cruzam os seus caminhos, para nos obsequiarem com uma visita guiada ao mundo vertiginoso e convulso que cada um encerra dentro de si.
Mas esta não é uma história de horrores, é antes uma fábula de sobreviventes, de quatro personagens que reúnem todos os elementos necessários para serem considerados uns desgraçados, que se movem nos mundos limítrofes à máfia, ao tráfico de mulheres brancas, e a universos virtuais como Second Life, mas que conseguem encontrar um apoio que lhes permite a remição e a saída das trevas que os mantinham prisioneiros.

O Dom do Crime -  Marco Luchesi - Dono de profunda precisão verbal, Lucchesi não é um autor qualquer. Seu texto foge da simplicidade, mas se mantém aberto à criação. O resultado é uma mistura de prosa e poesia, numa linguagem que encanta e hipnotiza. Tradutor, ensaísta e poeta premiado, Lucchesi volta seu talento para outro gênero e se lança, pela primeira vez, ao romance com o aguardadíssimo  " O Dom do Crime ". Lucchesi cria um delicioso narrador-autor, não identificado, que conta uma história para o futuro. Um homem do século XIX que, ao ser aconselhado pelo médico a escrever suas memórias, se lança não para a própria vida, mas sobre um crime passional, notícia no Rio de Janeiro de Machado de Assis. Esse misterioso narrador traça paralelos curiosos entre este assassinato, o julgamento que absolve o marido supostamente traído e a obra mais aclamada de Machado, Dom Casmurro. Terá o Bento de Machado qualquer coisa do real José Mariano? E Capitu teria sido inspirada em Helena, a esposa que sucumbe ao ciúme do marido? Todos os dados de ordem informativa, factual, foram longamente pesquisados e comprovados, em papel velho e fontes congêneres — tudo passou pelo crivo de Lucchesi. Mas, para além disso, o romance traz uma flutuação permanente entre literatura e documento, história e ficção. Em " O Dom do Crime " , real e ficcional se entrelaçam numa obra de fôlego, em que os julgamentos dificilmente encerram a verdade dos fatos, a complexidade da vida. “Precisei realizar essa dinâmica todo o tempo, de modo a que o leitor se perguntasse, como num jogo, onde começa esta e onde termina aquela”, argumenta Lucchesi.

Em Alguma Parte Alguma - Ferreira Gullar - Após dez anos da publicação de seu último livro de poemas, Muitas vozes, Ferreira Gullar entrega ao público, agora, este Em alguma parte alguma, em que dá prosseguimento à reflexão poética sobre a existência. Este difere dos livros anteriores, no desenvolvimento de novos temas e, sobretudo, pelas questões que suscita na realização do poema. É ele mesmo, o autor, quem costuma assinalar, como característica de sua produção poética o fato de que, sem que o busque deliberadamente, cada um de seus livros de poemas difere do outro, bem mais do que costuma ocorrer num mesmo autor. Faz questão de assinalar que não planeja seus livros de poemas, sendo eles, portanto, resultado da própria indagação poética e da reflexão sobre a vida e sobre seu trabalho de poeta.
Ferreira Gullar afirma que o seu poema nasce do “espanto”, quando inesperadamente depara-se com um aspecto inesperado do real e, a partir daí, vão se sucedendo os poemas, até que a motivação se esgote. Isso explica a recorrência de determinados temas, que, tempos depois, voltam a ganhar atualidade. Nestes últimos anos, a obra de Ferreira Gullar, já consagrada pela crítica e pelos leitores, foi distinguida com prêmios de alta significação na vida cultural, como o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, e, este ano, com o Prêmio Camões, a mais alta distinção que se concede a escritores de língua portuguesa. Gullar foi também indicado para o Prêmio Nobel de Literatura, em 2002 e 2004.


 Shazam! – Jorge Viveiros de Castro - Muito mais do que a palavra mágica, as pequenas histórias que aqui retratam os dramas e dilemas de alguns super-heróis tratam do que não pode ser dito. Ou do que há por trás das palavras, das máscaras e das identidades secretas que regem as tarefas sobre-humanas daquelas pessoas incumbidas de salvar o mundo e a todos, a cada nova página.

Manuel Bandeira - Eduardo Coelho ( Seleção e prefácio )   - Manuel Bandeira  foi um dos mais importantes poetas brasileiros. Ao longo de seu trajeto literário, aproximou-se de vários modelos estéticos sem aderir, inflexivelmente, a nenhum deles. Seus primeiros versos estão vinculados ao neo-simbolismo, mas também se relacionam à tradicional lírica portuguesa; depois, aproveitou-se de um grande número de técnicas vanguardistas. Resulta daí uma pluralidade artística marcada pelo desdobramento de muitos recursos, combinados sempre de modo original e coerente. Essa liberdade criativa foi preservada não somente nas múltiplas formas poéticas que adotou, mas também no distanciamento crítico frente a variadas questões. Isto revela ainda que, tanto em prosa quanto em verso, elaborou obras cuja lucidez é uma das marcas irrevogáveis.

Correio do Tempo - Mario Benedetti - Publicado em 1999 e até agora inédito no Brasil, Correio do tempo reúne relatos breves que mesclam ironia, delicadeza e profundidade, num estilo que consagrou Mario Benedetti em romances como A trégua, clássico contemporâneo da literatura latino-americana.Os contos neste livro tratam dos mais diversos tipos de encontros e despedidas, do distanciamento e da passagem do tempo: uma criança passa um fim de semana na casa do pai separado; um homem doente escreve ao amigo pela última vez; sobreviventes de dois naufrágios diferentes se encontram acidentalmente numa ilha deserta; uma visita inesperada de um preso político ao seu algoz; e um relato, cheio de compaixão, de um homem preso por matar quem amava. A maestria de Benedetti é evidente nos mínimos detalhes. Em recortes precisos, o escritor uruguaio é capaz de imprimir um humor sutil a suas histórias mesmo nos momentos mais improváveis, talento que se tornou uma de suas marcas registradas: “Houve um tempo em que eu sonhava com enchentes. De repente, os rios transbordavam e inundavam os campos, as ruas, as casas e até minha própria cama. Aliás, foi em sonhos que aprendi a nadar, e graças a isso consegui sobreviver às catástrofes naturais”, diz o personagem de um conto, para depois reclamar que sua nova habilidade funcionava apenas em sonho, “pois mais tarde tentei exercê-la, completamente acordado, na piscina de um hotel e quase morri afogado”.


13 Contos de Medo e Arrepios ( Com poemas de Augusto dos Anjos ) - Almir Correia - Se você gosta de contos de terror, daqueles bem assustadores, vai amar este livro escrito por Almir Correia, que adora inventar estórias e criar mundos. Fantasmas, monstros, assassinos, vampiros, cemitério, criaturas famintas do além...

Os Vizinhos Morrem nos Romances -  Sérgio Aguirre -  Os vizinhos morrem nos romances é uma narrativa policial digna de Hitchcock e Agatha Christie.Prepare-se:nem o medo fara voce deixar a historia para amanha!

  A Ostra e o Bode - Carlos Herculano Lopes - Reunião de cinqüenta crônicas publicadas no jornal O Estado de Minas, entre os anos de 2003 e 2004. Aliando a linguagem simples e coloquial da crônica com o lirismo peculiar do autor, este novo livro de Carlos Herculano Lopes é recheado de boas e bem contadas histórias.

 A Outra Volta do Parafuso - Henry James -  " A Outra Volta do Parafuso" conta a história da jovem filha de um pároco que, iniciando-se na carreira de professora, aceita mudar-se para a propriedade de Bly, em Essex, arredores de Londres. Seu patrão é tio e tutor de duas crianças, Flora e Miles, cujos pais morreram na Índia, e deseja que a narradora (que não é nomeada) seja a governanta da casa de Bly. Ao chegar a Essex, a jovem logo percebe que duas aparições, atribuídas a antigos criados já mortos, assombram a casa. O triunfo íntimo da protagonista, mais que desvendar o mistério de Bly, consiste em vencer o silêncio imposto pela diferença de condição social entre ela e seus pequenos alunos. Desde que foi publicada, sucessivas gerações de leitores, críticos e artistas têm se inspirado na maestria narrativa desta novela, cuja tradução de Paulo Henriques Britto reconstitui com precisão a elegante contundência do original inglês.

 Micrômegas ( Uma História Filosófica ) - Voltaire - Inspirado nas Viagens de Gulliver (1726), de Jonathan Swift, Micrômegas, escrito em 1752, é considerado um dos primeiros textos de ficção científica e também um dos primeiros a veicular a possibilidade de sermos visitados por habitantes de outros planetas. O personagem que dá nome ao livro é um ser gigantesco, habitante de um planeta que gira em volta da estrela Sirius, que decide se aventurar pelo universo. Em sua jornada, para em Saturno, onde fica amigo de um gigante menor que ele, e segue viagem, agora em companhia do saturniano, passando por Marte e chegando à Terra. Aqui, os dois viajantes têm uma longa e interessante conversa com seres minúsculos, um grupo de filósofos que viajava num navio e que eles só conseguem enxergar usando um diamante como microscópio

N. D. A. - Arnaldo Antunes -Sua última reunião de poemas inéditos foi lançada como parte da antologia Como É Que Chama O Nome Disso, de 2006, mas não havia saído como volume autônomo. Essa seção, intitulada Nada de DNA, foi incorporada agora como um apêndice deste novo volume. Para além do diálogo formal entre os títulos, N. D. A. parece compor com Nada de DNA um volume poético bem coeso, dentro de sua variedade de formas.A relevância dos aspectos rítmicos, a busca por síntese e precisão, a fragmentação de vocábulos que sugerem múltiplas leituras no mesmo espaço sintático e o uso de elementos gráfico-visuais, são alguns traços dessa poesia, que ainda dialoga com a tradição de canção popular, exercida por Arnaldo em seu trabalho como cantor e compositor.Em N. D. A., Arnaldo parece tensionar os limites das duas principais direções de seu trabalho poético — nos verbais, experimenta formatos mais longos, de até três ou quatro páginas. Nos visuais, além dos já explorados recursos de variação de tipos, disposição das letras na página, mescla de palavras e imagens; apresenta agora também alguns poema-objetos, expostos em 2008, em mostra individual na galeria Laura Marsiaj (Rio de Janeiro) e, em 2009, na mostra Ler Vendo, Movendo, realizada no Paço da Liberdade (SESC PR), fotografados por Fernando Laszlo. Tudo isso equilibrado pelo projeto gráfico, assinado pelo próprio autor.N. D. A. traz ainda uma parte de Cartões Postais — reunião de fotos de placas e escritos urbanos que, deslocados de seu contexto original, adquirem poeticidade, gerando novos significados. A sequência das fotos acaba por sugerir uma narrativa oculta, que associa locais diferentes por elos de sentidos imprevistos.

 As melhores Histórias de Fernando Sabino - Fernando Sabino - Seleção primorosa feita pelo autor mineiro com 50 histórias. “É assombroso como você está escrevendo bem a prosa de ficção. É uma coisa admirável a sua linguagem.” Mário de Andrade a Fernando Sabino, carta de 1943 “Mais um feito magistral de um escritor que há muito conquistou a prerrogativa de permanecer na literatura do Brasil.” Otto Lara Resende. Seleção primorosa feita pelo autor mineiro com 50 histórias publicadas em jornais e revistas. São relatos curtos de fatos colhidos da vida real, com tratamento de ficção, em linguagem nítida, sem os ornamentos da retórica tradicional, mas de apurada técnica literária. Episódios, incidentes, reflexões, encontros e desencontros vividos por Fernando Sabino apresentados com rica inventiva. Sob a aparente singeleza transparecem a sensibilidade, o humor, a ironia e, às vezes, o espírito satírico, mas sobretudo a simpatia do autor pela natureza humana. Em cada história, uma pequena maravilha da sua experiência pessoal. Tudo ao redor de Sabino gera literatura.

Textura Afro -  Adão Ventura - Reunião de poemas, abordando temas da consciência afro-brasileira, como: origem, congado, Chico Rei, Zumbi e outros, onde o autor une sua consciência política e racial a uma linha inventiva de descobertas formais.

Três Terrores - Leo Cunha - A coleção "três por três" apresenta uma inovadora proposta editorial. Cada livro parte de um único eixo temático e reúne, em um só volume, dois clássicos universais - adaptados de maneira envolvente e criativa POR um autor contemporâneo brasileiro - , que dialogam com um texto inédito desse mesmo autor. Temas eternos como amor, amizade , aventura, mistério são o mote e o ponto de partida desses "encontros notáveis" entre escritores de diferentes épocas e cultura. Eis os enredos de "Três Terrores", o quinto volume da coleção três POR três. A obra é composta pela adaptação dos clássicos Dracula, de Bram Stoker, O médico e o monstro, de Robert L..., além do inédito O morto vivo da colina verde, de Leo Cunha.

Onde as Árvores Cantam - Laura Gallego García - Filha única do Duque de Rocagris, Viana é noiva do jovem Róbian de Castelmar. Prometidos um ao outro desde a infância, eles se casarão na próxima primavera. Contudo, um alerta sobre a invasão bárbara frusta seus planos. Tanto Róbian como o duque de Rocagris partem a fim de defender o reino de Nórdia, mas fracassam. Da noite para o dia, o mundo de Viana desmorona. Sozinha, ela é obrigada a fugir para a Grande Floresta. Ali aprende a caçar, a lutar e a defender-se feito homem, renunciando, assim, à condição de donzela. Para salvar o reino, porém, ela terá de seguir a pista de antigas lendas sobre o lugar, no coração da mata, onde as árvores cantam...

Foi na Primavera - Angela Nanetti e Roberto Innocenti - Florença, 1274. Dante encontra a mulher que o marcará por toda a vida: Beatriz. Muitos anos mais tarde, a palavra do grande poeta se alterna com a voz de um narrador e de Gemma, esposa de Dante, para reconstituir uma época com suas alegrias e dores, seus confrontos políticos e o amor, sob diversas formas.

 A Cidade Transparente - Ana Alonso , Javier Pelegrin e Pere Ginard -  "Houve um tempo em que as vidas não estavam escritas. Cada homem improvisava sua história dia a dia, hora a hora, associando uma ação à outra sem levar em conta a estrutura e o significado do conjunto. Aquelas pessoas, escravas do acaso, desperdiçavam seu tempo em tarefas rotineiras que lhes consumiam o corpo e a mente com o único fim de garantir o sustento e nem sequer tinham consciência de sua tragédia." Assim começa esta novela gráfica de suspense que bebe nas fontes da obra "1984", de George Orwell, e vai muito além do filme "O show de Truman", porque toma como modelo a vida cotidiana e o melhor da ficção científica, transportando o leitor para um futuro em que todos são, ao mesmo tempo, observadores e observados, atores e espectadores.  "A cidade transparente" é uma leitura inteligente e audaciosa que provoca reflexões sobre o que é público e o que é privado na sociedade contemporânea, propondo uma espécie de alegoria das possíveis consequências da busca desenfreada pela fama através das novas tecnologias e formas de interação social.

Ciranda de Nós - Maria Caroline Maia - Atravessando a avenida Paulista, na enorme cidade de São Paulo, a jovem caminha pela multidão. Ela almoça olhando no relógio, o tempo de seu cotidiano é contado, mas o que ela enxerga é outro tempo, o da infância vivida na pequena São José da Coroa Grande, no litoral sul de Pernambuco. Tempo de dona Miúda, descendente de escravos e analfabeta, que lia o futuro na fumaça de seu fogão. Tempo de Duca, cuja vida era trazer do mar o peixe que lhe garantia o sustento. Tempo da Maionese, a bicicleta que a levava pelas ruas de terra e sempre de volta para a casa de tijolos, o refúgio contras as histórias que se contavam por lá.

 O Filho Eterno - Cristóvão Tezza -  Em "O Filho Eterno", Tezza expõe as dificuldades, inúmeras, e as saborosas pequenas vitórias de criar um filho com síndrome de Down. Aproveita as questões que aparecem pelo caminho nestes 26 anos de seu filho Felipe para reordenar sua própria vida: a experimentação da vida em comunidade quando adolescente, a vida como ilegal na Alemanha para ganhar dinheiro, as dificuldades de escritor com trinta e poucos anos e alguns livros na gaveta, a pretensa estabilidade com o cargo de professor em universidade pública.

Contos de Horror ( Histórias para ler à noite ) - Martha Argel e Rosana Rios - Contos de horror do século XIX, traduzidos e comentados por Rosana Rios e Martha Argel - Mary Cholmondeley, Charles Dickens, Mary E. Braddon, Arthur Conan Doyle e Edgar Allan Poe.
Há muito tempo que histórias de horror fascinam a humanidade. Zumbis, espectros, lobisomens, vampiros, personagens que hoje fazem sucesso em livros e cinemas modernos já permeavam a literatura desde o século XVIII, com mais vigor no século XIX, sobretudo na corrente literária denominada Romantismo.  Para esta antologia, apresentamos contos de autores consagrados como Dickens, Poe e Conan Doyle, assim como Mary Cholmondeley e Mary E. Braddon, autoras respeitadas e de sucesso em sua época.
As traduções são acompanhadas de notas explicativas, que direcionam o leitor pela cultura da época, dando um panorama desse gênero clássico que ainda tanto aterroriza.

Contos Húngaros - Paulo Schiller ( Seleção e tradução )  - Contos Húngaros reúne dez contos inéditos divididos entre quatro dos autores mais representativos da literatura húngara: Gyula Krúdy (1878–1933), DezsöKosztolányi (1885–1936), Géza Csáth (1887–1919) e Frigyes Karinthy (1887–1938). Os autores escolhidos abarcam a última geração que amadureceu antes da Primeira Guerra e do tratado de Trianon e a primeira geração de escritores a colaborarem na revista Nyugat (Ocidente), e fornecem um impressionante panorama da maestria da prosa húngara do início do século XX.

 Frankenstein ( em HQ ) - Mary Shelley - Criado pela inglesa Mary Shelley em 1817, então com apenas 19 anos, o romance Frankenstein tornou-se extremamente popular, com inúmeras adaptações para o teatro, o cinema e TV. Nesta versão em quadrinhos da Editora Peirópolis, Taisa apresenta seu olhar sobre a obra, buscando alcançar em imagens os temas que atravessam a história e que ainda hoje ecoam na cultura, como as contradições que envolvem o desenvolvimento da ciência frente aos mistérios da natureza, o desejo de realizações grandiosas em contraponto ao sossego da vida doméstica, a dificuldade de o homem exercer uma conduta acolhedora frente a um outro radicalmente diferente.

Sombras no Asfalto - Luís Dill -  Para Coralina, uma jovem de dezesseis anos, acordar era penoso, um processo lento, que começava com o despertador, seguido da voz da mãe a lhe chamar, a luz do abajur, as notícias que o pai escutava na cozinha, os sons que saíam do computador do irmão. Mas, um dia, ela desperta e não há nada disso, apenas o ronco do motor de um caminhão. Cora se vê sozinha em um quarto de motel de beira de estrada, com um buquê de rosas vermelhas, uma sacola cheia de dinheiro e uma perna mecânica em cima da cama. Usava um vestido velho, que havia ganhado do avô, e estava descalça.
“Onde estou? Que lugar é este? Como foi que vim parar aqui? Quando cheguei? Alguém me trouxe? Cadê meus pais? Que dia é hoje? Que horas são?” Coralina não tem a resposta para nenhuma dessas perguntas, nem para muitas outras que se faz. Não sabe como foi parar naquele lugar, e vai tentar voltar para casa.
Esse é, no entanto, apenas o começo de uma jornada assustadora, e cada vez mais misteriosa, por um mundo estranho. O telefone do quarto toca e uma voz desconhecida aconselha Coralina a correr, fugir pela janela. Enquanto isso, alguém bate à porta, uma pessoa estranha que vai passar a perseguir a garota. Ao longo desse dia anormal, Coralina vai contar com a ajuda de um casal de idosos e de um garoto da sua idade, todos com atitudes suspeitas. Como em todo bom romance policial, a resposta para esse grande mistério é completamente surpreendente e chega apenas no final. E, no caso de Sombras no asfalto, diz respeito a uma questão típica da adolescência.

 Sonho de uma noite de verão ( HQ ) - William Shakespeare -  A Editora Nemo aposta nos talentos nacionais para o desafiante trabalho de adaptar William Shakespeare para os quadrinhos. No clássico 'Sonho de uma noite de verão', Lillo Parra e Wanderson de Souza mostram suas habilidades ao contarem a história com o humor e todo encanto que ela exige.

 Páginas do Futuro - ( Contos brasileiros de ficção científica ) - Braulio Tavares  ( Seleção ) - Reúne em 'Páginas do futuro' 12 contos de literatura fantástica de autores brasileiros, como Joaquim Manuel de Macedo, Rachel de Queiroz, Rubem Fonseca, Fausto Fawcett. Nesta obra estão representadas épocas sucessivas do conto de ficção científica, passando por narrativas épicas, fantásticas e aventurosas que incluem histórias de seres sobrenaturais, deuses, monstros, artefatos mágicos, cidades encantadas, excursões a outros mundos, mitos de criação do mundo e dos seres.

Balé do Pato - Paulo Mendes Campos - Em "Balé do Pato" estão reunidas trinta crônicas que envolvem família, dia a dia, lembranças, fatos intrigantes, assuntos literários e muito mais. Com sutileza, humor e requinte, o escritor compõe um curioso retrato da vida, transformando os momentos simples do cotidiano em histórias engraçadas e comoventes que nos levam a rir, amar e pensar. / Mineiro de Belo Horizonte, Paulo Mendes Campos foi criado em cidade pequena, o que veio a influenciar suas crônicas. Sua primeira publicação literária foi um livro de poemas, mas foram as crônicas que lhe deram fama. Em Balé do Pato estão reunidas trinta crônicas que envolvem família, dia a dia, lembranças, fatos intrigantes, assuntos literários e muito mais. Com sutileza, humor e requinte, o escritor compõe um curioso retrato da vida, transformando os momentos simples do cotidiano em histórias engraçadas e comoventes que nos levam a rir, amar e pensar.

 Eu e o Silêncio de meu Pai - Caio Riter - Transformar-se em gente não é tarefa fácil. O menino muito sofreu, muito chorou. Olhava o pai e não entendia por que seu pai não era como os outros tantos pais: homens de palavras, homens de carinhos, homens de festa.
Não. Seu pai era silencioso, triste. Seu olhar era distante, seu passo era trôpego, seu carinho era vago. Assim, o menino teria que aprender a amar esse pai. Teria que aprender
a conversar com esse pai.

-Nadando Contra a Morte - Lourenço Cazarré -  Vinda do interior para trabalhar como doméstica com uma família de classe média, Maria do Amparo, 14 anos, foi estuprada pelo patrão e engravidou. A menina conseguiu esconder da patroa a gravidez, mas não a criança. E recebeu um ultimato: que se livrasse dela. Desesperada, depois de andar a esmo pelas ruas, Maria do Amparo se atira no rio com a filhinha. A história de Maria do Amparo e seu salvamento por dois esportistas (um nadador e um remador) é narrada por meio de depoimentos da menina, do nadador, do remador, do capitão do Corpo de Bombeiros, que tira todos do rio, e de outras personagens que presenciaram o fato. Numa agilidade de reportagem, a história tem a dose exata de emoção. Forte e expressivo é, também, o trabalho de Ana Raquel, que, numa composição alegórica, funde pessoas e animais, partindo do que mais os aproxima: o instinto de criação, de destruição, de preservação da vida. ''

Há Prendisagens com o Xão - O Segredo húmido da lesma e outras descoisas ( poesia ) - Ondjaki - do chão promovido a almofada, do nosso limite a ele, do nosso encontro sob ele em algum tempo desconhecido, Ondjaki nos transporta para um diálogo com o tempo, com a palavra, com a liberdade da escrita, com a imaginação de seres misteriosos. descrições de uma natureza em brisa de jangada e zunzum de abelha. e há também o encontro do sentimento com os seres que somos. os lugares e as descoisas.mais conhecido como prosador aqui no Brasil, dessa vez o autor nos oferece sua escrita em poesia construindo (ou desconstruindo) com muita intimidade cada palavra, cada verso, à sombra das árvores, pela alma das gaivotas, perto de um cardume de tardes. ou do chão. /  é a busca e exposição dos momentos, dos cheiros e das pessoas que fazem parte do meu antigamente, numa época em que Angola e os luandenses formavam um universo diferente, peculiar: tudo isto contado pela voz da criança que fui: tudo isto embebido na ambiência dos anos 80: o monopartidarismo, os cartões de abastecimento, os professores cubanos, o hino cantado de manhã e a nossa cidade de Luanda com a capacidade de transformar mujimbos em factos.[…] Esta estória fccionada, sendo também parte da minha história, devolveu-me memórias carinhosas, permitiu-me fxar, em livro, um mundo que já é passado, um mundo que me aconteceu e que, hoje, é um sonho saboroso de lembrar (ONDJAKI, 2000). Ndalu de Almeida, poeta, escritor, cineasta e sociológo, mais conhecido como Ondjaki, atualmente mora no Rio de Janeiro, mas nasceu em 1977 em Luanda. Cultuado por compôr o panteão dos escritores africanos contemporâneos que se destacam no mercado editorial, em poesia e prosa se enreda nas estruturas da realidade angolana para contar histórias. Com referências a literatura brasileira, o vencedor do prêmio Jabuti de literatura lança agora o livro de poesias Há prendisajens com o xão do chão, o título nos remete ao " Gramática Expositiva do chão"   do poeta Manuel de Barros, a quem Ondjaki reverencia com um poema.

 Três Sombras - Cyril Pedrosa - Joachim e seus pais levam uma vida tranquila em uma pequena casa no campo. A aparição de três sombras no alto de uma colina, no entanto, corrói a harmonia da vida em família e enche os pais de dúvidas. Seriam viajantes? Por que estão rondando a casa? A cada tentativa de proximação, as figuras misteriosas desaparecem. Logo, eles percebem que as sombras estão ali para buscar Joachim. Recusando-se a aceitar esse fato, o pai foge com o filho em uma viagem febril e desesperada, sempre com as sinistras sombras em seu encalço. Joachim deixa assim seu mundo idílico pela primeira vez para viajar por terras hostis em um navio precário, onde conhe cerá um mundo cercado de adultos trapaceiros e imorais.

Vagalovnis - Antônio Barreto - O título Vagalovnis “brinca” com o radical vaga- (de vagar, vagalume) e a sigla ovni (objeto voador não identificado). O livro se transforma, então, numa “nave” que conduz o leitor a mais uma viagem poética do premiado autor, passeando por poemas em que seres, elementos e sentimentos se movem no espaço, na natureza, dentro dele mesmo, numa paisagem – verbal e visual – às vezes enigmática, às vezes estranha, sempre intrigante…

 O Bem-Amado - Dias Gomes - 'O Bem-Amado' é a divertida peça de Dias Gomes que se transformou em novela (a primeira a cores do país), seriado e filme. Nela é retratado o típico político astuto que não mede esforços para atingir seus objetivos. E o que Odorico Paraguaçu, novo prefeito de Sucupira, mais deseja é inaugurar sua grande realização política: o primeiro cemitério da cidade. Ambientada em um típico lugarejo do interior baiano, O Bem-Amado lança luz sobre a demagogia, os delírios de grandeza e a tirania ainda tão presentes no Brasil.

 10 Anos com Mafalda - Martins Fontes - Este álbum reproduz, organizadas por tema, as tiras desenhadas por Quino durante os dez anos em que produziu a Mafalda.  O álbum reúne em 13 temas todas as histórias da Mafalda, para deleite dos fãs e futuros fãs.

80 Anos de Poesia - Mário Quintana - " Antologia traz amostragem cronológica e abrangente de vasta obra do poeta gaúcho; O livro abrange os 80 anos de atividade poética do autor, portanto, seus principais livros: A rua dos Cataventos (1940), Baú de espantos (1986), Sapato florido (1948), Espelho mágico, O aprendiz de feiticeiro (1950) Caderno H (1945-1973), Apontamentos de história sobrenatural (1976) e Nova antologia poética (1981-1985). A seleção, a cronologia e a bibliografia ficaram a cargo da organizadora da coleção; a fixação de texto, de Lúcia Rebello e Suzana Kanter; e a elucidativa apresentação..."

 Na Colônia Penal ( de Franz Kafka ) - Silvain Riard e Mael -  Enviado a uma colônia penal para dar sua opinião sobre os métodos nela empregados, um viajante descobre ali um sistema judiciário bárbaro. Ele assiste a uma execução em que o condenado é preso a uma máquina, que inscreve em seu corpo a sentença, até que a morte venha. Além dele e do próprio condenado, participam da cena apenas um soldado e o oficial encarregado de ministrar a justiça, o que será feito com o auxílio da máquina, expressamente concebida para que cada condenado sinta na carne o peso e a especificidade da sentença que recebeu. Com esse texto, que evoca O jardim dos suplícios, do escritor francês Octave Mirbeau, Kafka retrata uma humanidade covarde e indiferente à sua própria violência. Novela cruel e sinistra que foi bastante criticada na época de sua publicação, Na colônia penal nada perdeu de sua pertinência, revelando a atemporalidade da obra de Franz Kafka.

 Gargântua - François Rebelais e Ludovic Debeurme - Depois de tanto comer buchada, Gargamela deu à luz Gargântua, um gigante tão insaciável quanto seu pai, Goelagrande. Quando criança, o menino costumava chafurdar na lama, lavar as mãos na sopa. Adolescente, cismou de roubar os sinos da igreja de Notre-Dame para com eles enfeitar o pescoço de sua égua. Adulto, após anos de estudo, empenhou-se na guerra das fogaças, vencida graças ao hilariante frei João des Entommeures, e na construção da abadia de Thelema, cujos membros se orientavam pela única regra válida: “Faça o que quiser”. Uma adaptação fiel e divertida de alguns dos episódios mais conhecidos da vida de Gargântua, um clássico da literatura francesa.

Fúria Nórdica ( Sagas Vikings ) - Carmem Seganfredo e A. S. Franchini -  Neste livro, o leitor encontrará transplantado algo do clima feroz e irreverente deste povo pagão, ao mesmo tempo em que se declinará com as soluções repletas de interpretação criativa e bom humor, encontradas pelos autores para preencher as lacunas históricas e textuais dos relatos originais. A Saga de Erik, o Vermelho, tornou-se célebre por vários motivos: ela conta como Erik descobriu, nomeou e colonizou a Groelândia. Além disso, conta sobre seu filho Leif, o Sortudo, que acidentalmente encontrou a América, cinco séculos antes de Cristovão Colombo, tendo sempre por pano de fundo as disputas entre os pagãos vikings e os primeiros católicos nórdicos, os "vira-casacas" do deus Odin. Para se ter uma ideia do tipo de fama que esta saga abarca, a banda Led Zeppelin fez uma música dedicada ao filho de Erik, Leif Eriksson, chamada The Immigrant Song, cantada pela perspectiva livro apropriado a todos aqueles que gostam de unir cultura e diversão, mas que não tem medo da ferocidade barbárica natural afamada do povo nórdico.

 A Terceira Margem do Rio - João Guimarães Rosa ( Adaptação ) - “A terceira margem do rio” é uma das narrativas que compõem o volume Primeiras estórias, de João Guimarães Rosa, publicado originalmente em 1962. Agora, graças às belas ilustrações de Thaís dos Anjos, o pai, aquele “homem cumpridor, ordeiro, positivo”, a mãe e os três filhos adquirem novos matizes, e o rio “grande, fundo, calado que sempre”, permanece “de meio a meio” a cada quadrinho, fazendo outra vez, nessa renovada leitura do conto rosiano, nosso coração bater “no compasso do mais certo'.

 Dez Anos e Nove Meses - Fúria Nórdica - Fred Paronuzzi - Neste livro, o leitor encontrará transplantado algo do clima feroz e irreverente deste povo pagão, ao mesmo tempo em que se declinará com as soluções repletas de interpretação criativa e bom humor, encontradas pelos autores para preencher as lacunas históricas e textuais dos relatos originais. A Saga de Erik, o Vermelho, tornou-se célebre por vários motivos: ela conta como Erik descobriu, nomeou e colonizou a Groelândia. Além disso, conta sobre seu filho Leif, o Sortudo, que acidentalmente encontrou a América, cinco séculos antes de Cristovão Colombo, tendo sempre por pano de fundo as disputas entre os pagãos vikings e os primeiros católicos nórdicos, os "vira-casacas" do deus Odin. Para se ter uma ideia do tipo de fama que esta saga abarca, a banda Led Zeppelin fez uma música dedicada ao filho de Erik, Leif Eriksson, chamada The Immigrant Song, cantada pela perspectiva livro apropriado a todos aqueles que gostam de unir cultura e diversão, mas que não tem medo da ferocidade barbárica natural afamada do povo nórdico.

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